Namorar

Namorar…

 

Namorar é a forma mais bonita de viver um amor

É cuidar do ser amado e ser cuidado por ele

Namorar é andar abraçados a passear

É ter arrepios, murmúrios, sudações

É ter alguém para dar e receber carinho

Namorar é juntar duas atrações

É uma música marcada na memória

É ter um coração de porta semifluida

É um estado de alma que faz história

É ter uma visão generosa da vida

Namorar é sentir no coração o mesmo palpitar

É sentir aquele cheirinho de perfume

Jardim encantado

Jardim encantado

 

Divago pela natureza

O eco estremecido da voz da poesia

Entoa por entre as cores do arco-íris

Caminho para o jardim encantado

Onde as flores são mais risonhas

Uma guitarra toca uma saudade desmedida

É lá que jazz meu coração

Num estado de alma inquieta

Entre cansaços e lamentos

A beleza de um sonho

Está agora envolta em névoa

Em mim a infância sobrevive

Num mar mudo de águas revoltas

A brisa estremece

No sossego azul do meu céu

Escreve-me

 Escreve-me

 

Quisera eu transformar-me em vento

Chegar como brisa fresca

À ponta dos teus dedos

Desfolhar os livros teus

Beijar tuas poesias

Com o sabor dos beijos meus

Mas eu não sou vento

Sou apenas pensamento

De ternura que o mundo me deu

Quando meus olhos leem tuas páginas

Encantam-se com a letra dos teus versos

Meu espírito cresce

E o amor em mim se fortalece

Procuro-te oculta no horizonte

Mas já me creio esquecida

Na água daquela fonte

Folhas que caem

Folhas que caem

 

Nas dobras do tempo

Soltam-se as folhas

Que caem singelas

Em piso molhado

Umas redondas avermelhadas

Outras amarelas aveludadas

Outras verdes,  acastanhadas

Carnudas, pontiagudas

Caem no chão

Cobrem o solo cinzento

Da cor do outono

São semelhantes

Mas todas diferentes

São poemas de amor

Que o vento deixa

Aqui e acolá

Nos olhos de quem espera flores

Voam folhas de Outono

Por entre as chuvas

Deixando o perfume

Essência da vida

Essência da vida

 

Reinventa-te sempre que a vida

Pedir um pouco mais ti

Perde-te, procura-te e encontra-te

Valoriza a essência da vida

Cultiva valores

Ama profundamente

O amor é a essência da alma

A vida é uma rua de sentido único

Segue em frente

Não faças marcha atrás

Na essência da vida

Tua alma tem pressa

Nunca desistas de amar

Assume o risco

Demonstra o teu amor

Pratica a bondade

Não cries sofrimento

Brilha, conquista, aparece

Mãe África

Mãe África

 

Em Teu ventre

Vivi meus sonhos de menina

Minha terra mãe, muito amada

Bela e cheia de corres da natureza

De águas coloridas és banhada

Mãe África, quanta beleza!

Há harmonia nas correntes das tuas águas

Há sossego em teus lagos

Mas a vida…

Matou em nós a esperança de viver em tuas entranhas

Geraste o homem negro e o homem branco

Foste o berço de toda a humanidade

Mas muitos dos teus filhos te foram retirados

Arrancados do teu ventre por malfeitores

Mar revolto

Mar revolto

 

O mar está revolto

O vento levou-me para longe do cais

Rasgou as velas do meu barco

O “mar”, que veio dos teus versos

Hoje está revolto

Suas ondas precisam recuar

Meu coração perdeu-se no vendaval

Absorveu-se nos mistérios desse mar

Numa melodia saudosa e medieval

Todo o seu cheiro é peculiar

As gaivotas voam em bando

Conjugando o verbo amar

E o clamor da onda que desmaia

Bate e rebola pela praia

Bate na falésia e silencia

Montanha esquecida

Montanha esquecida

 

Rasgo folhas de papel

Desfolho rosas brancas

Em pedaços de vida

Aceno à vida de mim esquecida

Escalo a montanha

Vejo a meninice enternecida

Procuro alívio para o desencanto

Sinto ecos dentro de mim

Evaporei no tempo para meu espanto

O vento sopra-me os cabelos

A chuva, chora no meu regaço

Vagueio sobre estes aguaceiros

Perdida em versos

Outrora fui poema

Embrulhado em sorrisos

Fui água cristalina

Com brilho de diamante

A sereia

A sereia

 

Vejo um rio que desce do céu

Bordado de águas cristalinas

E tu navegas por entre as águas

Flutuas em barco sem remo

Transportando a bordo brisas de paz

É o tempo da travessia

Confrontar estrelas

Pescar tesouros no mar revolto

Encontrar pérolas raras

Na lua vestida de prata

Uma sereia anda à deriva

Nesse barco sem remo nem rumo

Leva consigo um coração gelado

Uma vela que acolhe o vento

Que ajusta o mastro da sua alma

O mar em mim

O mar em mim

 

Velejo e mergulho

No mar que habita em mim

Mar calmo

Mar salgado e denso

Suave fragância

Beija minha pele adormecida

Neste mar de sonhos

Quero embriagar-me

Em busca de pensamentos

O céu é o limite

E abraça o mar em mim

Encanto-me com o som das ondas

Ao bater em meus rochedos

Desafiando minh`alma

Afogando meus medos

E a distância que não tem fim

Mar calmo, mar poderoso

Que leva para o rio

Pedaços de mim!

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