Voam as andorinhas
Autor: zelia Neves on Wednesday, 17 May 2017Voam as andorinhas…
O vento frio cavalga as ondas do mar
Voam chilreando as andorinhas
Conjugando em harmonia o verbo amar
Em breve o céu escurecerá
O Verão parte levando o sol e as flores
E o Outono e a chuva surgirá
Partem as andorinhas
Formando construções de amor
Voam baixo, descem ao azul do mar
Levam o sol e a semente da flor
As cigarras deixaram de cantar
O sol dá lugar ao arco-íris
É setembro a desabrochar
Junta-te ao bando, andorinha
Retrato
Autor: zelia Neves on Wednesday, 17 May 2017Retrato
Não sei em que espelho
Ficou perdida a minha face
Os anos passaram a correr
E já sinto minhas mãos a tremer
Meus olhos estão vazios
O brilho que outrora tinham
Foi perdido numa dobra do tempo
Sinto saudade do desabrochar da vida
Do céu em que era sempre primavera
Das estrelas que cintilavam
Perdidas nas ondas do mar
Da lua majestosa em noites de luar
Meu anjo que já se foi
Repousa agora no firmamento
Entre águas frias e serenas
Envelhecer
Autor: zelia Neves on Wednesday, 17 May 2017Envelhecer…
As rugas surgiram sem darmos conta
Dia após dia pelos caminhos da vida
Os cabelos negros agora grisalhos
São a marca de uma vida repleta
De canseiras e trabalhos
Nosso rosto teima esconder-se
Envelhecemos. Dura realidade!
O tempo não pára, ele voa…
É náufrago duma saudade
Ai como voa o tempo!
Nossos filhos, estão tão distantes
Nossa vida se escoa
Céu da liberdade
Autor: zelia Neves on Wednesday, 17 May 2017Céu da liberdade
Ó céu da liberdade,
Se tu e a terra se encontrarem
E se o sol e a lua se abraçarem
O mundo ficará livre de dor
E no universo reinará o amor
Haverá festa no mar
E nos jardins flores de encantar
Os pássaros voarão livres
E entoarão hinos com o seu chilrear
Ó Céu da liberdade
Leva a chuva e traz o vento
Para as nuvens afastar
Cobre o solo de esperança
E escutareis cantar as ninfas do mar
Abre-se a terra em sons e cores
A boneca
Autor: zelia Neves on Wednesday, 17 May 2017A boneca
Que linda foi a surpresa
Naquela noite de Natal
O pinheiro iluminado
Com estrelinhas e bolinhas
E o presente habitual
Estava ela na caixinha
Escondidinha entre laços
E papel sacramental
Abria e fechava os olhinhos
Bebia leitinho e fazia xixi
Esta boneca era fenomenal
Foi meu último brinquedo
Que eu trouxe para Portugal
Em meus braços a protegi
Para ninguém a levar
Cansadinha que estava
Adormeci e não a vi ao acordar
Quando me sinto poeta
Autor: zelia Neves on Wednesday, 17 May 2017Quando me sinto poeta
Bordo versos com sentimentos meus
Disfarçada de escuridão, descubro a paixão
Renasço a cada aurora
Sou poeta que ri
Sou poeta que chora
Toco o azul do céu
Cubro a vida com um véu
Alcanço estrelas sem fim
E teço-as a marfim
Sinto o meu coração a mil
Será que estou a ficar senil?
Ohhh mesmo assim…
Sinto-me linda e maravilhosa
Até a noite está mais luminosa
E a lua mais formosa
Sou feita de pequenos nadas
Essa eterna melodia
Autor: zelia Neves on Wednesday, 17 May 2017Essa eterna melodia…
Melodia
Que escuto ao luar
Cobrindo-me de nostalgia
Canto sem voz
Que me faz sonhar…
Num recanto de noite gelada
Deixo-me dormir.
Enrolada na aurora
Acordo sobre o orvalho
Que me refresca a alma
Alguém continua a tocar
Aquela música calma
Mas tropeço nessa melodia
Nos acordes de uma “guitarra”
Que ficou esquecida
Suave melodia
Que se levanta e ergue como um muro
Dando-me ânimo ao romper do dia
Noite estrelada
Autor: zelia Neves on Wednesday, 17 May 2017Noite estrelada
Olhei o Céu
Desde a minha janela
Mas que lindo que estava
Perfumado de estrelas
Uma delas com um brilho especial
Quanto mais a observava
Mais ela se distanciava
Então resolvi falar-lhe
E ela voltou cintilante
Falei-lhe dos meus sentimentos
E seu brilho expandiu-se às outras estrelas
Meu coração batia cada vez mais forte
Penso que me escutava em silêncio
E me levava para outra dimensão
Onde te podia sentir
Falei-lhe da minha saudade
Noite de luar
Autor: zelia Neves on Wednesday, 17 May 2017Noite de luar
Noite de luz prateada
Noite bonita romântica
Noite encantada
Trocam-se beijos
Às escondidas
Há ausência de vento
Ao anoitecer
Estrelas brilham
No firmamento
Testemunhas e confidentes
Abraçam a noite
Vestida de prata
Cintilantes e atraentes
Noite de luar
Noite de lua tão bela
Que convida a namorar
Há sonhos no nosso olhar
E a noite não morre
E tão pouco a sede de amar
Nesta noite de luar!