em mode algarvie
Autor: Emanuel Mourão on Thursday, 27 April 2017beq' me parecia que ia chover
os ossos ganiam fête um cão!
mechas! Tempe marafado
Eu na dou com o frio de dentes bater,
que jêtes, nunca mais é verão?
chega deste ar molhado!
beq' me parecia que ia chover
os ossos ganiam fête um cão!
mechas! Tempe marafado
Eu na dou com o frio de dentes bater,
que jêtes, nunca mais é verão?
chega deste ar molhado!
Insistente martelada em bátega
Nebulosa que cobre molhada,
Voltou quando ninguém esperava,
Escravizando o bom tempo que assim não chega,
Respeito é trovoada:
Não veio hoje, era só o que faltava!
Ocultado fica o sol,espera melhor alvorada!
Ângulo a ângulo
Traços... linhas e curvas
Detalhes e entalhes
Ângulo a ângulo
Traços... linhas e curvas
Detalhes e entalhes
Não é o ângulo reto que me atrai,
Sem querer dizer nada
Ignorante sem sentido,
Gostava de uma trovoada,
Ninguém com ouvido,
Invento língua desbocada,
Firmando-a aqui como extrovertido,
Iludindo como gargalhada
calha que ninguém fique ressentido
Anseio por palavra rimada
Dou tudo até ficar rendido,
Obrigando-me a uma caminhada
A tua boca anda oca
Ela sente falta da minha língua
Que deseja a tua mansidão nua
pim,pam,pum!
corria como louco
sem ninguém para me apanhar
catrapum!
ergui-me só um pouco,
nim, nã, num
dia a começar,
vim, vã, vum!
por agora, tampouco
mim, mam, mum
como vento a cantar,
não sou maluco,
talvez reslouco:
catrapum!
quis o destino quebrar-me,
voltar-me do aveso,
um reverso!
mas consegui desdobrar-me,
e soube ingressar num meu começo,
talvez um pouco transverso,
como que a equilibrar-me,
sentindo através de um breu espesso,
mas na mesma meu universo!