O teu olhar
Autor: Miguel António ... on Saturday, 8 April 2017É grande o teu olhar, não tem fim!
O teu olhar tudo invade e tudo assalta, tudo toca e tudo faz nascer, depois, tudo fica para sempre!
Não me lembro da tua casa, nem da minha cama… Mas reconheço o teu olhar dentro de mim e posso desenhá-lo em todas as praias com as minhas mãos.
Através dele vejo todos os gestos e oiço todos os sons. Com ele sinto sem parar e agarro todas as memórias perdidas no tempo.
mudança
Autor: Emanuel Mourão on Saturday, 8 April 2017por vezes sentimos ser necessária,
uma mudança,
até uma metamorfose,
mas quedamo-nos lentamente,
de uma forma sumária,
sem qualquer esperança,
parece uma overdose,
sentimos a pele dormente.
mas então escrevemos nossa aria
já cheia de pujança,
como se uma outra vida fosse,
e já não somos gente!
REGATOS SINUOSOS
Autor: António Tê Santos on Saturday, 8 April 2017os teoremas têm o benigno objetivo de solucionar corrosivas desventuras.
invento palavras intrépidas contra o desconsolo da indiferença.
capturei as nódoas do sustento e o aparato habilidoso da representação.
os lampejos fátuos dos homens que revivificam a nostalgia.
emerge um corpo desnudado sobre as ondas fictícias que o pensamento elaborou.
Nas horas boas e nas horas más...
Autor: P.RestlessMind x on Saturday, 8 April 2017A hora do dia que mais gosto, é a hora do dia em que o dia é bom.
A hora do dia que menos gosto, é a hora do dia em que o dia bom já passou.
E entre as horas boas que foram
e as outras horas que hão-de vir
todos os dias são o que são,
muitas vezes vazios e inquietos
outras vezes sofregamente desejosos
pelas horas boas que ainda nos faltam sentir.
E se às vezes aceitamos o incerto pelo certo,
é só porque o certo sem o incerto,
é a ausência da certeza que faz do certo,
simplesmente certo.
Contradição
Autor: Joana Trindade ... on Friday, 7 April 2017Recuso-m'encontrar poesia em tudo.
Abomino aquela vozinha que me fala em verso.
Vomito, porque o nojo de hoje
amanhã já não será o mesmo.
nem eu.
pequeno
Autor: Emanuel Mourão on Friday, 7 April 2017veio pequeno como que prematuro, mas dizem ser: à medida, guarda-se sereno, cheio de verdade - ele é puro, cheio de vida. continuarei, como me ordeno, a ninguém o juro, a escrita sempre foi sentida.
Sobre você
Autor: DiCello Poeta on Friday, 7 April 2017Mulher
Autor: DiCello Poeta on Friday, 7 April 2017os fundamentos da alma
Autor: António Tê Santos on Thursday, 6 April 2017há trombas d´água investindo nas tubagens adjacentes aos caminhos abandonados onde as palavras resultam dum ócio glorificado quando as pautas chilram cantigas e o vento as leva para as serranias da agudeza.
há discórdia sobre todos os pontos duma matéria bolorenta que cruza os semáforos da cidade para se afundar no rio da comiseração quando a imperícia se desvia para reflexões que traumatizam os que procuram resistir aos tormentos.