Maria
Autor: Graça Maria Mar... on Saturday, 11 February 2017Acrilico e colagens sobre tela - obra de João Costa Rosa
Acrilico e colagens sobre tela - obra de João Costa Rosa
DECLÍNIO
(Parei! Lentamente levantou a cabeça e murmurou; ela morreu, deixa-me estar, que esta vida não é tua…..)
O tempo consumiu o filtro da inocência,
Num cenário de coloridas amarguras,
Roído na turbulência da precoce idade.
A vida desarrumou a sua existência.
Ironiza, diz-se modelo de fotos e pinturas.
Triste e ingente vive da mendicidade.
(Olhei para a tralha! Atabalhoadamente justificou; foi o vício que arrastou a minha casa para a rua…..)
Vem morrer vivendo nos meus braços
Preenche com meu colo teus espaços
Do avesso do meu ser, faz o teu sim
Vem renascer de amor dentro de mim
Grita o aroma do desejo em flor
Perde-te nesta pele em cor
Pensa nas sombras de gemidos vãos
E faz dos meus lábios as tuas mãos
Palavras…
embalagem dos pensamentos
sem perfumes ou laços elaborados.
Assim as prefiro,
no esplendor da sua nudez.
Assim me apaixono pela singeleza do encontro das letras
que lentamente transformo em melodias e afectos.
Assim as ofereço,
para que as possam vestir
de acordo com o sentir da noite,
do dia
ou da madrugada.
Este o meu desejo.
Que a ternura fale mais alto
e que as adornem de sorrisos,
carícias e doces caminhadas
ao encontro das marés.
©Graça Costa
O amor não tem idade
Está sempre a acontecer
Basta amar de verdade
E deixar acontecer...!
Não tem perfume nem cor
É incalculável a idade do amor
,Não tem hora nem fim
Amor maduro dura até ao fim...!
O amor rejuvenesse
Faz brotar a emoção
Tão grande e mais forte
Não tem explicação...!
Brota dentro da gente
Num gostar mais intenso
Nada o faz desistir
Amor sublime, sempre ha de existir...!
NanáG.
o visceral discernimento que me perturba quando o sobreponho à realidade.
somos a realidade impressa numa certidão desprendida no vendaval.
a propaganda ecoante do nacionalista requer as fráguas do destempero para aleitar os seus mitos.
as últimas sessões da viagem em torno de mim enfrouxeceram a configuração da inocência.
o carpido negligente, reforçado pelas gruas do sentimento, abriu o cadeado da fantasia.
Noitibós
Se eu pudesse falaria contigo de noite sentado junto a um rio, um rio que imaginaríamos juntos num sonho profundo, um sonho real, sim, porque os sonhos são reais, tudo é real, por isso existem palavras, sons, peixes, pássaros, pedras, peras, nozes, laranjas, canas, árvores, rios... e a voz da tua alma.
Guardo no olhar
o rasto de luz da tua pele
deixado pela minha boca,
o gemido rouco,
o abraço forte.
Guardo no olhar
o fogo dos teus olhos em súplica,
a ternura do teu toque,
o rendilhado dos afectos
e o teu sono, quase infantil depois do amor.
Guardo,
porque as memórias são pedaços de vida
mesclados por sons e sabores de momentos únicos;