Porto, eu e ela…
Autor: Pedro Rodrigues on Saturday, 27 August 2016Porto, eu e ela…
Porto, eu e ela…
os laivos de ternura içam os meus ais quando me empertigo ou escorrego; e quando vomito o sofrimento dando sentido a uma vida desprovida: é uma concha entreaberta o lugar seguro que habitarei.
O RELÓGIO NÃO PÁRA E O TEMPO PASSA
Chega-se perto de alguém e diz:
- Dá-me um pouco do seu tempo!
- Esse alguém diz:
- Meu tempo é curto e corrido,
não posso parar estou sem tempo no momento.
Dirige-se à outra pessoa, preciso um pouco do seu tempo.
- Este por sua vez responde:
- Meu tempo esgotou-se, o trabalho me espera.
- O aflito responde:
- Atende-me agora, porque o meu tempo está chegando,
subi penedias que ilustraram os rudimentos da minha vida: os dissabores dançaram à volta dos abusos e as brigas foram transportadas para um enxurdeiro.
O MAR
Sempre que necessito de pensar…ordenar ideias, sentimentos
É no mar que encontro paz….Quando me sento e escuto o bater das ondas…quase acredito que sou feliz….
No sussurro das ondas revoltas consigo deixar-me vaguear nos pensamentos
E não me deixar cair no abismo da minha solidão e egoísmo
Gostaria de encontrar paz….
Mesmo num mar revolto existe um equilíbrio…um ritmo
É ao mar que entrego as mil gotas de lágrimas que verto e tento não me perder …
No mar…no meu mar de lágrimas
SAUDADE
Eu sinto saudades
De pessoas que conheci
Memórias que fui esquecendo
Amigos que fui perdendo
Saudade é não saber …não saber o que fazer
Quando a dor aperta
Quando os dias parecem tornar-se mais compridos
Quando não consigo encontrar uma tarefa que me distraia os pensamentos
Quando não consigo reter as lágrimas ao ouvir uma música
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
É um desejo inexplicável…mesmo uma dor física é melhor que a dor da saudade
o marginal ingressa nas vielas seguindo na esteira doutros que o antecederam ao inserir trastes grandes pelas ruas estreitíssimas: é bêbado e é mau mas possui um coração singelo.