ONDE MORA O FADO VADIO

Onde mora o fado vadio Lisboa

Que se cantava com alma e com verdade

Nessas velhas tabernas

Que iam de Alfama à Madragoa.

... o todo do meu ser

No sorriso dos seus olhos, eu me criei.

Vi nascer uma estrela, e lá deixei

Todos os meus sonhos de hipocrisia,

Desfalecida.

A vida, a nossa vida

A nossa morte, tão destemida

A nossa terra, tão conspurcada

A nossas lágrimas, de tão caídas.

Eu caí nos sussurros, da velha morte

Caí nos ensejos, dos seus encantos

Caí nas delícias do seu sorriso,

Caí nas vanguardas, em que me encontro.

A estrela que vejo, é aquela que traz a vida

Aquela que ilumina o seu olhar sereno,

Não e só você sentir,

E como se você estivesse preso ali,

Como se fosse posto a concreto, e todo o dia lapidado.

E sentir saudades de um beijo que jamais foi dado, 

Sorrir calado...

E viver os dias findado a liberta-se!

Como fui capaz de amar teus olhos?

Como deixei que chegasse tão perto, certo de que seria tripudiado de desejos, mesmo sendo fora do alcance de meus dedos.

Sou capaz de descrever o seu sorriso... Fecho de luz e esplendor.

Lábios capazes de fazer tremer, hesitar, extasiar.

Não te vejo por entre os céus...

Mas sinto-te a cada batida do meu coração

Sinto saudade… 

De voar na imensidão do meu ser