Anatomia da solidão
Autor: Frederico De Castro on Friday, 11 December 2015
Tatuei no tempo
todas as marcas onde
desenhei um momento
seguinte
disperso no passado
Comecei a rima mais breve de sempre,
Sem nada para dizer.
Apercebi-me por dentro,
Do que na verdade estava a escrever.
Propositada não seria a sua brevidade,
Porém no acaso envolvida.
No entanto tudo é limitado,
Quando breve é a vida.
Até mesmo a estrela mais brilhante,
Vê a sua luz diminuída.
Tudo é breve portanto,
Quando breve é a vida.
Desaparece de mim,
Ainda sinto a tua presença.
Ainda não vejo fim,
Não é completa transparência.
Terás que ser invisível,
Afastada da alma.
Terás que ser impossível,
Terás que ser ignorada.
Perguntei-me ontem,
Se hoje valias a pena.
Não quero que me contem,
Que amanhã és poema.
Complexidade em Tempestade!