Espelho
Autor: Duarte Almeida Jorge on Thursday, 22 October 2015Peço desculpa se me assemelho,
A este verso tão complexo.
Que a poesia é um espelho,
Onde descrevo o meu reflexo.
Peço desculpa se me assemelho,
A este verso tão complexo.
Que a poesia é um espelho,
Onde descrevo o meu reflexo.
Viraste a página que te cobria
Como se fosse um quente e escorregadio cobertor.
A descoberto saiste para o dia
Que te amanheceu,
Agora, que não é agora, que já passa, quando é,
Deitado no chão do meu quarto,
Penso na minha ausência.
Se deixaria alguma saudade,
Ou apenas indiferença.
Deitado no chão do meu quarto,
Há tanto que não entendo.
Por sentir demasiado,
Acabo sempre aqui deitado,
A sangrar-me por dentro.
A felicidade do sol nascer dentro de um copo de vinho
um ombro inventado que me ouve a voz de fundo alerta
um rabisco infantil livre na esperança perdida no caminho
Morre de sede no meu gosto que foge pela brisa da janela
tua...
A tua casa cheia de gente minha onde o balanço é pouco
Aconchega-me a alma fugidia em abrigo do lado oposto
faltas-me tu e o resto teu que nao sou e me torna louco
cola-me nas costas do destino um papel a dizer eu gosto
de ti...