Procuro uma professora
Autor: MS.Odédemim on Saturday, 10 October 2015Procuro uma professora
Procuro uma professora,
Que possa lecionar,
Que me ensine o valor,
A agonia de não ter nada para dizer.
Angustiante loucura privada de génio.
Explode em mim a vontade de gritar.
Mordo-me em sangue por te ser indiferente.
Sofro demasiado neste corpo tão fraco.
Penso tanto, mas faço tão pouco.
Minto a mim mesmo, e a todos.
Constantemente idiota.
Sou eu, mas não queria ser.
Preferia ser melhor, mais do que isto que sou.
Será este o meu talento? O meu destino?
Não será certamente, tantos que são tão talentosos, tão originais.
Será deles o futuro.
Vejo, ao fundo,
sorrisos meus
acenando à minha irresponsabilidade ébria,
como quem diz adeus...
A folha da confiança, que é fria,
quando amarrota
apaga o dia
e não volta
a ser lisa.
O vento passa
levando e trazendo
o que não tenho,
alisando a minha memória das fissuras
e mantendo viva a esperança
que tenho de viver em linha recta.
Mas não apaga o desenho do Adeus,
não aquece a folha da confiança amarrotada
não faz meus os desejos teus,
nem retroceder na perene estrada.
Num país de ladrões,
São eles quem rouba mais.
Levantam-se questões,
Iludem-se multidões,
São plásticas discussões,
São sonhos irreais.
A honestidade sai cara,
Quando mentir é barato.
É perigosa a palavra,
Quando manipulada
Pela mão disfarçada,
Que protege o seu prato.