CORAÇÃO
Autor: Oscar de Jesus Klemz on Monday, 12 October 2015
Como entender o coração
Esse maluko que só sabe dizer, quero, quero
Que não ouve a razão
Que se desmancha na solidão
Como precisar o por quê
Como entender o coração
Esse maluko que só sabe dizer, quero, quero
Que não ouve a razão
Que se desmancha na solidão
Como precisar o por quê
Não me identifico nada nada com o povo normal.
Normal gostar de futebol? Detesto.
Normal criar um cachorrinho morando no 13º andar? Tô fora.
Normal seguir uma religião? Nem pensar.
Normal passar o domingo vendo a Rede Globo? Nem morto, nem doente.
Normal querer o celular último tipo? Pra mim não serve pra nada.
Normal gostar de ir no Shopping? Nem passo na calçada.
Normal é o quê?
Não sei o que faça deste frio tão gelado,
Que, no Verão ou no Inverno, fustiga tanto as noites como os dias.
Quando penso em ti, quando sonho acordado,
A agonia de não ter nada para dizer.
Angustiante loucura privada de génio.
Explode em mim a vontade de gritar.
Mordo-me em sangue por te ser indiferente.
Sofro demasiado neste corpo tão fraco.
Penso tanto, mas faço tão pouco.
Minto a mim mesmo, e a todos.
Constantemente idiota.
Sou eu, mas não queria ser.
Preferia ser melhor, mais do que isto que sou.
Será este o meu talento? O meu destino?
Não será certamente, tantos que são tão talentosos, tão originais.
Será deles o futuro.
Vejo, ao fundo,
sorrisos meus
acenando à minha irresponsabilidade ébria,
como quem diz adeus...
A folha da confiança, que é fria,
quando amarrota
apaga o dia
e não volta
a ser lisa.
O vento passa
levando e trazendo
o que não tenho,
alisando a minha memória das fissuras
e mantendo viva a esperança
que tenho de viver em linha recta.
Mas não apaga o desenho do Adeus,
não aquece a folha da confiança amarrotada
não faz meus os desejos teus,
nem retroceder na perene estrada.