Passa tempo, e eu vejo-o passar,
Segue o ciclo de passagem,
Passa como uma miragem.
Passa por qualquer lugar.
 
O tempo leva tudo consigo,
O tempo não perdoa, nem satisfaz.
O tempo não me deixa estar contigo,
Porque o tempo não volta atrás.
 
E se eu pedir ajoelhado?
E se eu implorar?
Um minuto, um segundo,
Que o tempo não quer dar.
13-03-2013
 

Se precisar subitamente de confiar em alguém,
Aflitivo momento de arriscar, porém,
Relembro-me o porquê de não confiar em ninguém.
Na avareza infalível de fazer o que convém,
Submeto destreza incrível que mais ninguém tem,
A esperteza inteligível de imitar a minha mãe.
Num discurso credível que me liberta refém,
E me relembra o porquê de não confiar em ninguém.
18-06-2013

Viver é não ter,
Viver sem sentir.
Morrer antes de ser,
Viver é partir.
 
Se viver é sofrer,
E eu sofro assim.
Sofro pra viver,
Quando vivo sem ti.
31-10-2012

Não sei quantos amigos tenho, se os tenho, ou o porquê de os ter.
A definição de amizade sempre me foi estranha, talvez devido ao facto de nunca termos sido mais do que isso, dois estranhos. Na minha perspetiva um amigo incorporado na sua verdadeira essência, é das mais raras pedras preciosas neste mundo. Tal como uma pedra preciosa, existem imitações aperfeiçoadas, que a olho nu, realmente parecem transmitir um valor de autenticidade. Perante uma observação mais cuidada conseguimos realmente distinguir o que separa o original da imitação. Assim o é com um amigo.

Ao longe nasce o Sol,
na distância a surgir.
Nasce como refém,
de uma ânsia de partir.

O que vai, o que permanece,
quem volta não esqueceu.
A noite que arrefece,
o dia que morreu.
09-09-2012

A realidade é um fenómeno sociológico compreendido entre perspetivas.
Não existem duas realidades iguais, cada individuo persegue indubitavelmente a sua noção do real, atribuindo para si mesmo um conjunto de regras, atitudes e objetivos que o ajudam a encontrar o seu caminho, e, posteriormente encontrar se a si mesmo. 

A escuridão da minha rua,
é quebrada por uma luz.
Na tentativa de encobrir a lua,
Melodia que te compus.
 
As estrelas dão-te brilho,
E tu brilhas distante.
O sol o teu hino,
Ao teu lado não é brilhante.
 
A galáxia perde importância,
Como a noção do que me seduz.
A escuridão traz a esperança.
De ser quebrada pela tua luz.
 
Agora sonho cinzento,
Adormeço de madrugada.
A melodia caiu no esquecimento,
A tua luz não brilha nada.
03-07-2013

Lembrarás

Sim lembrarás, lembrarás de mim,

Quando ouvires a nossa canção

Quando me veres em teu sonho bom

Com certeza irás... Lembrar-se de mim...

Quando leres àqueles versos que ti fiz

Nas linhas mal traçadas de minha poesia

Sentirás... Sim sentirás à vetusta alegria,

Dos tempos que comigo eras mais que feliz...

Por mais que tentes nunca me esquecerás...

Sempre estarei ao teu lado a andar e amar

E quando lembrares sei que irás tão só chorar