Sou livre, és livre de te juntar

Sou livre de pensar,
fazer o que quiser e bem me apetecer.
Não sou mentecapto nem imbecil.
Não sou de certo, alvo para fuzil.
Apresso os calcanhares,
conduzo o meu destino,
nem sorte nem azar.
Inflamado.
Tropeço em pedras toscas e incertas,
reconheço madeira podre e fétida.
Reconheço quem não quero conhecer.
Empecilho, é uma manhã de chuva.
Quando um dente lateja,
a semente de uma uva.

Idolatria

Bem, mas o que podemos nós dizer
Numa altura de coração condescendente
Que busca nova emoções laboriosamente
Uma fuga, claro, mesmo sem saber

O que posso eu bem fazer?
Se tudo o que quero não passa de desvario
Se preciso de ti para encher o vazio
Se estou cheio de dúvidas por responder

Respostas eminentes, certamente
Mas com um travo de sapiência
O adiar temeroso de pacifica violência
Um sorriso falso, enganador e inteligente

As leis do silêncio

As Leis do silêncio - aos meus amigos, todos
 
E será aqui que se constroem hinos 
e versos gloriosos,
mais que toda a subtileza humilde
onde algemamos nossas paixões
imensas
saudades tantas 
sem se revelar qualquer segredo
edificado na sabedoria arquitectónica
onde as pontes que nos unem às margens
aos afectos
aos desejos e existências
sem leis nem silêncios perpétuos
por fim

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