Transfigurado: a face agora e sempre pálida
embranquece nossos olhos molhados,
defunto à beira do pó a torna esquálida
nos momentos diante de tais fatos.

A história da porta diferente
é um conto de terror muito antigo,
uma porta que se esguia num tiro
quando a bala esvanece nossa gente.
Ela se abre na maca dos enfermos
noticiando a abertura da morte,
trancando a carne vil que se contorce
sob as terras dos caixões mais ermos.

Ouço nessa melodia da música eletrônica o que estetas categorizam como belo. Santos os homens apregoados da arte bela proporcionarem tal graça. Abençoada seja a corrente de energia transpondo aquilo que adoro. Saúdo a tecnologia que hoje em dia nos subordina viver-nos por ela. De tamanha gratidão esclareço-me concisamente: sou amante da música ambiente.

Às vezes o que é bom é escuro,
esconde entre desejos o supérfluo,
disciplinar o ego torna-se fúlgido,
aquilo que é bom é verdadeiro:
angústia mascarada em segredos…

O bom é aceitar a derrocada,
não ser abatido por entre máscaras,
mas olhar-se no fundo tão sombrio,
e no torpor reluzir entre o tempo.

1-

sou de Áries: ariano

de temperamento ameno

-não de leão ou escorpião

2-

prezo a honestidade

e não me engana a maledicência

deste mundo

3-

não me exaspero nunca

(por uma questão de maturidade

e auto-estima)

4-

e se me atinar

a sapiência ordinária

me resolvo com ela

5-

mas esta é uma circunstância

que ocorre apenas

quando me aprouver

há conflitos explosivos onde buscamos a moderação; há qualidades fulgurante que alicerçam a nossa esperança; há intentos perversos que transformamos em benevolência; há pressentimentos inusitados que nos afastam da malvadez.

recordo os lugares deteriorados onde permaneci arredado da minha própria imagem; a volúpia em escandalizar a convivência com os meus devaneios infantis; os logros que suportei pelas alamedas da minha imaginação.

Cria-se uma poesia com verdade,
Mentir num verso é falar horrores;
Se escreves linhas com fatalidade,
Perde-se todo o amor, perde leitores.

Morrer, longe é ter só hombridade,
É dizer com honra, sem nem louvores:
Fui digno duma forte honestidade,
Pereci-me no sangue dos amores!

És estúpido arrogar tua mentira,
Preferível jogar-se da janela:
Beijar restos do chão que te conspira,

há gente que serpenteia pelos palcos da hipocrisia: que penaliza a vida com os seus discursos zelosos; que contamina os outros com os seus descalabros emocionais; que oculta as suas ignóbeis atuações.