Por aqui...
Por aqui onde as horas
passam tranquilamente
reverentes ao tédio que me assola
te envio servil todo eu
imperfeito que te espera
na noite desesperada
que esmorece do teu jeito
e anoitece ali onde se faz breu
Aqui onde o zénite do meio dia
mais aquece a penumbra
onde me escondo na afrodisia
dos beijos castos teus
rogo à minha fé uma esperança
Distúrbio
Autor: Marcos Alves on Thursday, 11 September 2014
Perguntei-te três vezes o teu nome,
Repetidamente,
Sem dar-te espaço ou tempo para responder.
Nunca descobri o porquê da minha obsessão com o número três.
Talvez por este ser frequentemente associado ao equilibro,
Um paradoxo um tanto irónico, visto eu ser associado a tudo menos a isso.
Mas prontamente respondeste
E, por momentos, perdi a noção se estava ou não a constantemente mexer a minha perna.
Quando discutimos pela primeira vez,
Limbo
Autor: Marcos Alves on Thursday, 11 September 2014
Não saber o que querer,
É como nadar no limbo da vontade, ou na falta dela,
Sem saber para onde ir.
Eu já não sei o que quero,
Quero querer alguém e já te quis a ti aqui.
Mas aqui já não se erguem muralhas,
Nem obstáculos que te impeçam de chegares até mim.
Querer-te aqui é viver diariamente numa luta com a ambiguidade,
Porque se aqui estivesses, aqui seria perto demais
Para alguém que tanto dano poderia provocar em mim,
A melodia que traz o Mar
Autor: Marcos Alves on Thursday, 11 September 2014
Essa melodia que traz o Mar,
Nas suas ondas à terra de novo me levam,
E os Serafins que no Céu vivem, mas não sabem sonhar,
Para baixo o seu olhar viram e choram,
Por serem cinzentos e não saberem nadar.
Oh Mar, de ti proveio toda a vida
Mas na terra o teu sonho se perdeu
Desfaz esta página escrita em súplica e que não quis ser lida
E permite-me ser parte desse Império teu,
Onde reina a fantasia e habita a minha vida fugida.
Se não houvesse Mar
Autor: Marcos Alves on Thursday, 11 September 2014
Olho para a noite assim como para dentro de ti
Mas é tão difícil observar-te com clareza nesta ponta do oceano.
Julgo que se gritasse o teu nome, aqui, junto ao mar,
Aí chegaria um murmúrio levado pelas ondas do Atlântico
E não te aperceberias sequer da angústia que com ele foi carregada.
Entregar-te-ia tudo aquilo que de mim superasse as palavras que foram ditas,
Mas não foram recebidas como consolo
E esperaria que assim que a maré chegasse aí
Palavras Presas na Costa
Autor: Marcos Alves on Thursday, 11 September 2014
Palavras refletidas, mas não ditas
Perdem-se em oportunidades não aproveitadas,
A espontaneidade que não flutua...
Afunda-se no medo que prende a língua como uma âncora de ferro.
Se ao menos na água se dissolvesse a vontade de te dizer o que encalhou,
Vontade de dizer que ver o mar sozinho não me assusta quando o observas comigo,
Que, sentado ao teu lado, na alta escarpa não temo a altura de uma possível queda,
Não teria que olhar esta paisagem com o corpo gélido e os olhos humedecidos.
O Dia e a Noite ; O Sol e a Lua
Autor: Marcos Alves on Thursday, 11 September 2014
Corre o Dia e a Noite
Num apresso habitual
De dois corpos alheios
Que se juntam sobre o Céu,
Sobre o Sol-poente e a Lua.
Em lados opostos da abóbada celeste
Observam a luz e a química
Dos dois corpos que num só se tornam
Por vontade de pedaços cósmicos divergentes,
Destinados à aristocracia de não tocar.
Passou por mim a Vida
Autor: Marcos Alves on Thursday, 11 September 2014
Passou por mim
A vida, com a pressa de quem pensa viver
Num soluço momentâneo
Num segundo, num ápice
Engoli em seco
E mal a vi.
Passou por mim
A vida, tão rápida quem nem tempo para viver tive.
novo homem
Autor: bento reis on Thursday, 11 September 2014A transformação do homem em binário
que se perdeu no percurso e não sentiu
Visava apenas o lucro da ganancia sem preço
partiu do zero para o um e juntou os dois
da perfeição procurada foi visionario
encontrou a morte para viver depois!
Mar ! Meu mar
Autor: Milena Dias on Wednesday, 10 September 2014Mar ! Meu mar
Mar ! Meu mar ! Companheiro de horas vagas...
Confidente de anseios e saudade !
Cúmplice de alegrias e verdade
Submersas na espuma das tuas vagas !
Mar! Meu mar ! Com gaivotas sobre as fragas
Que voam a dançar, suavidade ,
Balouçando consigo a liberdade,
No sereno bater das suas asas !
Mar ! Meu mar ! Vou olhar-te e repousar
Das lides...das lutas que a vida traz
Porque ouvir teu rugir, já sinto paz !
Mar ! Meu mar ! Azul e imenso mar !
