o baú das transfusões
Autor: António Tê Santos on Sunday, 5 March 2023descrevo a minha intervenção na global monotonia; na estrutura influente e nos seus transtornados dilemas; na transferência da minha poesia para os rochedos do isolamento.
descrevo a minha intervenção na global monotonia; na estrutura influente e nos seus transtornados dilemas; na transferência da minha poesia para os rochedos do isolamento.
me vejo assim, por um lado
na pinacoteca em que me exponho:
-telas de líricas texturas
me vejo assado, outrossim
no calor maldito acendido em mim:
-como um prato tórrido
mas como não sei a razão
muito me constrange e confunde
esta “sem quê” contradição
divirto-me quando manifesto as minhas fantasias pueris;quando lembro as minhas transgressões aos valores insípidos do mundanismo; quando respiro o aroma da minha vasta liberdade.
Eu levo uma vida sem um tema inserido
tenho com homens de poder, pouco a compactuar
não sei em festa de semideuses com sorriso farto deliciar
meu silencio talvez não vá
suportar
espero todo deboche, todo desânimo
passar
levo a vida, mesmo com expectativas pequenas!
na morada nada excelsa que me agrada,
não é os gritos da janela que imagino decifrar
as dores daquela mãe prevejo
que ao seu menino também vão
chegar
Isso eu sei e ninguém veio
Informar
E sempre o mesmo enredo
Quero a esperteza de quem nunca errou na vida
saber que diacho esconde a caixa de Pandora
por que a penicilina causa tanta dor
e depois o alivio
me faz lembrar da vida
e que me disseram que a dor faz prosperar o amor
mas sei que ando desatento a vida
esqueci da carteira sem notas expressivas
em cada fase da vida já me inspirei num parceiro ou herói
de capa
de lata ou de asas
não herói estelar que era de ferro
pois era lento no passado !
em 2023 tenho que ser andróide
Foi num sonho que te vi
tão pequena e rosadinha.
Só então me apercebi
que um dia serias minha.
Quando o dia enfim chegou,
o dia de te conhecer,
logo aí o meu coração parou
para escutar o teu bater.
Tenho aprendido tanto,