DESTINOS

DESTINOS

Destino
É não saber voltar
Perdido é uma oração
É voz que te abraça
É a dor
Onde repousa o Amor
Falo-te baixinho
Amar

Eu mereço
Mas são para ti
Cores de ternura rara
Destinos ao sabor da Alma
São molhadas Vozes
De um Deus que existe
E provar é simples

 

Paulo Cardoso

Se Achando?

Se Achando?

 

Quem você pensa que é?

Se achando muita coisa?

Separe um grão de areia da praia

Admire-o pois ele viverá muito mais tempo que você

Seja como for, com orgulho e suntuosidade

Vivemos 150 vezes menos tempo que um grão de areia

Então? Ainda se achando o máximo?

 

Charles Silva

insolencia

Insolencia

A poucas horas da esperança um sorriso passou  e tocou o vento
Outras almas curvaram-se e expetantes aguardaram o veredito
Ninguém ousou, até então desafiar assim, diretamente o tempo
Todos tinham medo do presente. O medo do eterno maldito

Que sorriso maluco, estrangulou a expetativa, deu a sentença
As outras horas fugiram para o túnel do passado de sentido único
Dos céus desceram raios, vieram ajudar em tamanha insolencia
das bocas os sorrisos se esconderam deixando para trás o louco

Aurora

Amanhece-me
Agora que o sol nasce
sinto o calor ausente do teu corpo
olho no espaço a tua ida
e na luz deste sol, choro
 a despedida,
deste ser vil ainda vivo
 quando já morto!
É na casa cinzenta da luz já gasta
neste coração de eco devolvido
que o sol bate e se afasta
 como tu e saber
antes de morrer
já ter partido!

Noutro lado qualquer

Ao lado, num lado qualquer....

Na mesa de pratos alinhados, ao centro da sala encoberta dos raios do sol teimoso deste outono tímido, ainda com cheiro a verão, quatro cadeiras vazias esperam serventia sob a sombra de amplos cortinados amarelo Alentejo, magestosamente pendidos,  ocultando as paredes seculares de taipa caiada .

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