Moça bonita

Será em vão a maldade do Mundo
encobrir a branca face da Lua,
pois eis que poesia vertida
reflete a própria vida.
 
Será em vão o assombro tentado
pelo exército celerado,
pois eis que o poema derramado
em todo peito será abrigado.
 
Siga comigo moça bonita,
outra história
espera ser escrita.

Já fui...

Já fui,
chuva fria num Verão escaldante,
Sol abrasador num Inverno Errante...
Fui tantas coisas por vezes sem nexo,
um ser simples dentro de um sentir complexo...
Já fui, tempestade dentro da bonança,
fui lágrima bebida num sorriso de esperança...
Fui mão rude para afagar,
castiguei com maciez só para me vingar...

Amnésia

AMNÉSIA

Tu sabes e não falas, não dizes quem eu sou
Vagueio como um cão que não tem dono
Percorro o meu destino, sem saber para onde vou
Como uma folha que erra, no vento do Outono.

Sou um ente esquecido, uma amnésia da vida
Nesta alma errante, para quem nada importa
Apenas tenho silêncio, na memória esquecida
E a rua como morada. Uma parede nua, sem porta.

Espaçadamente, baila na mente uma imagem nublada
De vertigens de beijos sôfregos, de quem foi amado
E uns olhos iluminados, na palidez de uma cara extasiada.

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