MALDADE NÃO VALE NADA

GURI PRA UNS...
VÉIO PRA OUTROS!
PRA MIM VOCÊ FOI MAIS QUE ISTO!
FOI LAÇO AMARRADO NUM TEMPO.
QUE NUNCA SERÁ APAGADO!
 
FOI DOR SOFRIDA EM CONJUNTO.
DE CRIANÇAS ABANDONADAS...
DE VER O SOFRIMENTO EM UM ...
E O OUTRO NÃO PODER FAZER NADA.
 
VOCÊ ERA PARTE DA INFÂNCIA...
QUE UM DIA FOI MALTRATADA.
MAS ERA EM VOCÊ QUE ENCONTRAVA...
EXEMPLO DE AMOR, PRA SEGUIR NA ESTRADA!
 

A Cama

A Cama

 

Cama nómada que colhe os ventos das estações,

a espiral do amor sequioso,

o fogo fragmentado das nascentes de mim,

o respiro ardente e abrupto dos Amores,

em lençóis de pele nua.

 

Bebo-te o desejo frágil em sílabas de carícia,

tu és o meu texto das palavras perdidas,

tu és a página principal do meu livro,

tu és o corpo em espaço vazio,

tu és a essência da existência,

 a fonte da caligrafia do tacto.

 

 

Leito  de pele onde repousa o feminino,

MENDIGO DA ALMA

MENDIGO DA ALMA

Velho de olhar triste, pobre e vagabundo
Tens por companheira a miséria dominante
Viajante de alma e mendigo neste mundo
Que em delírio beijas o pó, murmurante.

Onde os dias e as noites passam sem ter pressa
Onde nada é diferente e tudo te parece igual
Até o dormir, no canto escuro de qualquer travessa
No chão de pedra enganas o frio num leito de jornal.

Mora próximo a demência, que cultiva esse fadário
Nessa alma adormecida, em que a sorte é a morte
Que num ato de amor, termina esse Calvário.

À ATRIZ KERI RUSSELL

Aos teus pés hei de viver agora
E nada poderá me exilar
Do santuário de teu abraço.
Desde que conheci tua aurora,
De meu pensamento fiz teu lar,
Teu íntimo espaço.

À tua sombra de majestade
Não me importo com a escravidão,
Que me impõe teu soberano amor,
Porque teu nome é Felicidade
E vou gravá-lo em meu coração,
Qual um escultor.

TEMPESTADE

Ruge o céu todo em bravura!
- Este negro patamar
Em sinistra sepultura
Vai guardando a azul candura,
Em o ocaso arremedar.

Recolhida a luz brilhante
Que lançava o imperador,
Quem nos conduz ao instante
De arcar, assim petulante,
C`os trejeitos do labor!

Agora rasgam os seios
- tetos dos seres da terra –
Com seus macabros enleios
Os raios em devaneios,
Como os gládios numa guerra!

Farrapo...

Foste tecido vistoso,
vestiste-te e deixaste-te vestir,
moldaste-te a vários corpos,
nos tempos áureos do teu existir...
Veio os anos,
veio as modas,
e tu foste-te adaptando,
à necessidade por vezes nem sempre tua,
mas daqueles que te foram usando...

A tua textura mudou,
o tempo esse não perdoa,
a mão que outrora te afagou,
é a mesma que hoje te magoa...
Tão injusta é a vida,
tudo se rege pela vaidade,
ninguém se compadece do que é velho,
parece que tudo tem validade...

VERSO 'U'

                                              VERSO    " U "

21

                                   " U"  Quer dizer Uva

                              Sabor do beijo que lhe dei;

                              Entre os amores que tive,

                          Você, foi o que eu mais amei"!

 

Autora: Madalena Cordeiro...

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