Pacífico
Autor: Wania Andrade on Monday, 18 November 2013Não.
Não quero falar contigo às pressas,
como se estivesse a fugir do meu próprio destino.
Quero apear-me à tua beira, largar longe as tamancas,
Não.
Não quero falar contigo às pressas,
como se estivesse a fugir do meu próprio destino.
Quero apear-me à tua beira, largar longe as tamancas,
DOR NA ALMA
Minha alma grita
A dor que me invade
Agora é tarde
Não há mais como voltar
Meu coração denuncia
Tudo que vivo em escala
Dia sim, outro também
A dor fala alto
Não há como expressar
Deixo então o coração falar
Fala coração
Expressa a emoção
Que a dor na alma
ANOITEÇO SAUDADES
Amanheci em você
E você em mim
Simbiose da paixão
Coração entrelaçado
Entregue
Apaixonado
Acordei feliz
Cantando nossa canção
Agora me diz o que faço
Você foi embora
Solidão sem você
SOL DA MEIA NOITE
Ah! Bendita loucura
Por que não me toma
Corpo e mente
Totalmente
Que eu vire semente
E renasça
sem trazer comigo
esta carga pesada de minha existência
Ah! loucura maldita
que um dia pensei ter encontrado
me obriga a viver a razão
sem razão pra viver...
REINVENTO
Invento sonhos
Reinvento vida
Planto flores
Em jardim adubado
Com as lágrimas
que derramei quando
me vi só
(Vera Helena)
Vitória/ES – Em 28/06/2013 –
Quando o vento passava mais frio dentre os fios do capote,
e lanhava com seus uivos a carne desacarinhada,
pensava naquele abraço aquentado.
Quando varava a madrugada e a vigília solitária
DEMAGOGIA
Neste mundo de caos, de que vale rezar, pedir, implorar
Se as mentes são duras e os corações empedernidos
Destes líderes sem sentimentos, precoces no enganar.
Tudo promete. Sórdidos, sem ideias mas convencidos.
Promessas, feitas de palavras de fé e esperança
Proferidas num querer que nos toma e arrebata
Amenizam a tempestade, prevalecendo a bonança
Onde vegetando se vive, num sofrimento que se arrasta.
DESTINO DO POETA
Um homem saiu de casa
nem sequer olhou p'ra trás...
Bateu-lhe o vento na asa
e voou de encontro à Paz.
Não era um homem vulgar
por ter porte de profeta.
Saiu... Se alguém o encontrar,
pode chamar-lhe: Poeta.
Voou por entre as estrelas
e doces mensagens leu...
Só brotam palavras belas
dessas nascentes do Céu.
Poetas vão traduzindo
o que a natureza diz...
Escrevem dores, sorrindo,
para quem não é feliz.
AMOR NAUFRAGADO
Nunca perto, sempre longe, sem domínio e sem cadência
Navego na noite escura sem estrelas, à luz das velas
Sem rumo nem orientação, sou um náufrago da tua demência
Perdido neste mar de sentimentos, sem portas e sem janelas.
Deste amor navegante que se perdeu no mar e naufragou
Por não encontrar um porto de abrigo, farol ou uma luz acesa
Flutuando há deriva não resistiu a tanto rombo e se afundou
Nos vis baixios do ciúme contra os rochedos da incerteza.
A MORTE DO MENINO POETA
E tu menino, homem, poeta, de olhos cansados escutando os sons roucos, das palavras sem nexo nesta escrita de loucos, neste poema corrido, onde a perseverança é nublada por pensamentos vestidos de negro decantados na desilusão da espera e trajados em crepúsculos pálidos da incerteza. E as frases dos teus poemas jazem vencidas caídas varridas para esse abismo profundo de solidão. E a sorte, essa, amarga e profana até na morte, cai em mergulho profundo, asfixiando-se por entre ais e lamentos numa mortalha lírica coberta por aromas de cedro e de rosa.