Paz

Preciso ver o sol

Para ver que a terra não gira em torno de mim

Não há repreensão 

O mundo todo é assim

Afinal, a terra não gira

Ela pulsa como o coração do amante desatento

Ela escorre como a lágrima fugaz

Ela troça-nos como o velho chistoso

Eu quero ver a terra girando em torno do sol

Eu quero ver o mundo correndo atrás do vento

Eu quero ver o tempo, fútil, andando em desalento

E que as nossas vidas tenham mais segredos

E que os nossos segredos tenham mais mistérios

À linha encruzilhada

Bem queria te escrever versos
Incertos, buscar na tua poesia
Algo que me conduza a via
Do bem me quer do mais me quer.

Quero te amar com meu amor
Em um peito sem dor
Que muito que mais pouco exige
E o fruto feminino me beije.

Quero da mulher
Tudo que puder.
A verdade do prazer.

Buscando na jogada
À linha encruzilhada
Do desejo da amada.

 

ZÉ NINGUÉM, UM CIDADÃO?

ZÉ NINGUÉM, UM CIDADÃO?
 
Zé ninguém, um cidadão
que ninguém ouve
Sem lenço, sem documento
Vai seguindo sua trilha
Atrás da sua lenda
Pra realizar suas sendas
Sem documento, não é cidadão
Se não é cidadão não tem nome
Nem identidade
É um Nada,
Um Zé ninguém
Um zero na multidão
Que pensa que não é nada
Mas que tem seu valor
Na hora da eleição

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