AMOR

Não te amo como um pedaço de cristal
Não te sorrio como o sol no verão
Abraço-te quando estás mal
Por seres a minha grande paixão

Não te venero noite e dia
Não te elogio constantemente
Vivo sim, com alegria
Por seres um amor sempre presente

Não limpo as tuas lágrimas
Nem tão pouco o teu suor
Ajudo te com fervor
Nos momentos de dor

Estar ao teu lado
Nos momentos de dor
Significa que estou apaixonado
E só a ti, entrego o meu amor

NATÁLIA

O céu há de mostrar-me os teus castelos,
E a noite vai se erguer nos olhos belos
Da minha alva menina...
E, quando ela arquejar por entre o prado,
O vento vai lhe dar, como um agrado
Seu divã na colina.

Acorda com gorjeios a natura
Num sonho de esperança e de ventura
De estio nesta manhã;
Se o anjo que dourou minha jornada,
Murmura o doce amor com voz de fada,
Com infinito afã.

Epílogo

Não tenho terra nem dono,
sou peregrino emergente!
Só o tempo é meu patrono.

Tenho em mim as marés bravas
sei do rugido do vento
sinto o intento do verbo
e ouço o eco das palavras.

Sou premissa recorrente,
serei amante, poeta?
ou uma ilusão eloquente!

(Rui Tojeira)

SEU VICIO, MEU DESESPERO

OLHO O RELÓGIO.

JÁ VAI SOAR MEIO DIA.

PENSO.

SERÁ QUE ELA VAI VIR HOJE?

A MOÇA DE LONGOS, CABELOS NEGROS.

ONTEM SEUS OLHOS, TINHAM EXPRESSÃO

DE DESESPERO E DOR.

 VÍCIO MALDITO!  

EMBALA  SONHOS, DE JOVENS ADOLECENTES!

NUM PESADELO CONSTANTE.

TEMPOS ATRÁZ EU A VI!

BRINCAVA COM SUA BONECA.

AQUI MESMO NESTAS RUAS!

SUA MÃE, A CHAMAVA DE MEU BEM.

COMO GOSTARIA EU, DE PODER AJUDÁ-LA!

DE OUTRA FORMA.

NÃO ESTA!

PORÉM, SOU O ÚNICO ELO QUE EXISTE,

ENTRE O MUNDO REAL.

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