Não era o meu sopro
Autor: Ezequiel Franci... on Monday, 5 August 2013Não era o meu sopro!
Que enfunava as velas dela,
Mas mesmo assim,
Vivemos eternidades
De palavras proibidas.
Sentimos horizontes
Alio-me a ti bela musa,
Entrosando os braços,
Do amor não me usa,
Quero-te sem embaraços.
Sensível ao teu não,
Subjugo-me as suas vontades,
Que fizeste ao meu coração,
Que esqueceu de enxergar a verdade.
De tão longe, perto fico;
Obstino-me a voltar,
Dói-me o peito ao infinito;
Perdido no grito e morto no olhar.
Lágrima de sangue cai de minha face;
É o coração desatinado a pulsar,
Passou de corpóreo a invisível o enlace;
Intensificando o oposto de sofrer e amar.
Cada gota do velho uísque que absorvo;
Faz-me esquecer da vida que arrasta;
Traz-me um novo ser o qual suporto;
Pois afasta tudo aquilo que me mata.
Cada dose que consumo bar em bar;
Assegura-me adormecer o coração;
De angústias a bebida me alivia;
E traduz de um ébrio triste a emoção.
Linda moça o que fazes solitária;
Acolha-te e fuja o sofrimento;
Não entrega-te ao primeiro homem;
Sem ao menos obter conhecimento.
Sorteia-me um canto do coração;
Adentro sem pensar suas entranhas;
Prometo não causar-te ilusão;
Só tenho amor, não tenho jogos e nem manhas.
Óh pátria minha o que trazes de beleza?
Se não tens mais entranhada,
em teu finito mapa a pureza.
Tuas paisagens enobrecem a visão;
Pena que os teus maus filhos,
as desfazem sem perdão.
Teus primogênitos refletiam inocência;
De navio chega a ganância,
Deserdando-os sem clemência.
Noite longa renegaste o meu sono;
Acendeste em minh'alma os fantasmas;
Tiraste-me o reinado e o trono;
Apagando de minha mente o que acalma.
Envolto de pensamentos constantes;
Trazendo-me tortura insensata;
Rogo-te estrela cintilante;
Tira-me tudo aquilo que desgasta.
Madrugada fria eu te saudo a suspirar,
Mais uma vez me açoitaste o tenro sono;
Breve o lapso de dor veio eternizar,
Perdi o amor, o luxo e o trono.
Utilizei-me de poder e soberania,
De regalos te inundei, mas não o coração;
Cegou-me a fortuna e neguei-te alegria,
Quando querias em teu seio emoção.
Intrusa, oque fazes ao coração?
Absorvi tua essência em minh'alma,
Amarraste minha vida a um cordão;
Colocaste tua sorte em minha palma.
Debilitado ao ardor de tua pele,
Venho a sucumbir a desejos invensíveis;
Em meus olhos não há mais o que revele,
Tornaste meus instintos mais sensíveis.
Ouça moça de beleza temporânea,
Que fazes dando glória a teu corpo?
Bem sabes a juventude é momentânea;
E seu espírito jamais é absorto.
Induzo-te ouvir conselho meu,
Prazeres mesmo bons não são eternos;
O amor não olha príncipe ou plebeu,
Mas sim o coração que não é ermo.