SEIS INDAGAÇÕES

 

 

 

1.

para que instaurar

atos forjados

entre paredes mortas?

2.

para que postergar

urgências preditas

do éden secular?

3.

para que apagar

miragens provisórias

com blindadas auroras?

4.

para que expurgar

soluções evidentes

se seu viço é de glória?

5.

para que vergar

a pane das rochas

sobre a ruína do pó?

6.

para que refratar

o punho erguido

se seu gemido é de cólera?

 

 

 

 

Procuro um amor

Percebi que sempre estou a procurar por um amor
 Minha alma anseia por ele 
 Nunca o encontrei.
Por mais que já tenha desistido
Lá vem uma pequena faísca e se ascende. Por mais entrega, por mais carinho e intensidade...Sabe,
Minha alma nasceu intensa
Eu não encontrei.
 Recorreu-me agora que este amor talvez seja eu.
Precisando de toda entrega, carinho e atenção que erroneamente sai de mim por quem nem se quer compreenda,
 fazendo-se assim não merecedor.

vento do leste

Lágrimas de chumbo, em caras inocentes.
A orquestra de fundo é uma bomba viva,
Corre sangue quente em todas as frentes
E não se vislumbra uma pomba activa.
Impera a loucura em todas as mentes,
A orquestra de fundo é uma bomba viva.

Vento do Leste, transporta loucuras
E os braços de Deus, não abraçam ninguém.
Em discursos vãos, apenas vês juras
De apostar em armas e nada as detém,
Nem mesmo o choro das crianças puras.
E os braços de Deus, não abraçam ninguém.

Ventania das sombras

Sendo o vento em desvairo, eu caminho em todos os lugares, locais principalmente ocultos. Vejo a sombra dos humanos os perseguindo. Todos têm algo a esconder, todavia, do meu sopro, tudo se esvai. Caminho entre os caminhões armazenando concreto. Quem dera se eles se chocassem; não literalmente, mas entre segredos. Imagine só o quanto os blocos excruciariam na cara. Quanto sangue seria derramado; seria como um mar onde apenas o horizonte é livre, ao toque da vermelha verdade.

A lua que se apaga

Entre a lua, o céu
Nadou no mar
E na terra afundou
Teu brilho alunar
O sol se queimou
Pôs a lua a deitar
Jazida sozinha...
Na madrugada
A tentar sonhar
Ao onírico pesadelo
Esta é a história dela
Por analogia é natural
A obsessão tão vil,
Uma história tão brutal
Da lua que ele enterra

 

Chaves da ignorância

As chaves do conhecimento
Trancam a ignorância,
Mas as calamidades
Da arrogância a libertam.

Tento deixar na trinca
Um pouco de lucidez;
Quem dera se a virada
Perceptiva abrisse o mundo.

Liberdade e conhecimento
São as leis antidesalento.
Para ser livre deve-se saber;
Para saber, livre deve-se ser.

LINDINHA

Todas lá de São Bernardo são assim...?!
São italianas, morenas, mulatas...
São desse jeito, o seu e tão encantador?!
Elas também são lindinhas assim?!
Têm seu 'Borogodó Paulistarum'...
Essa 'coisa interiorana' que eu gosto...

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