Intervalo

Nesse banco na Avenida eu assisto os passos
que levam as mulheres em brancas pernas.
E vejo os carros que atropelam o amarelo do sinal
e rugem como dragões renascidos
que correm em busca de carne fresca.

Um dia, eu escolhi rosas para um novo amor.
E foi estranho ver a melancolia da florista
que sorria tristeza.

Mas agora eu tenho que voltar.
Ainda falta falar de Kali, a deusa que bebe sangue
e atormenta e pune os homens que amaram.

FERIADO

Fiz tudo para te ver
E não deu certo

Tentei achar-te mais tarde
Deu tudo errado

Liguei para escutar-te
Linha ocupada

Voltei a tentar depois
Fora de área

Sonhei acariciar-te
No feriado

Passar um dia feliz
Eu precisava

Há muito não sei dizer
O que é sorrir

Podia neste momento
Ver-te surgir
Ter-te a meu lado

Mas estamos distantes
E eu aqui, assim
Muito carente
Olhar sem fim

Até que de repente...
Surges do nada

VEM ME ABRAÇAR

                                 VEM ME ABRAÇAR

Estou aqui, vem! Estou a  esperar! Nesta noite de luar!

Trocar carícias, que delícia! Vem me abraçar!

As estrelas presentes, contemplando a gente!

Isso é só pra quem sente, um amor ardente!

Vem! Vem me abraçar!

 

Autora: Madalena Cordeiro

RONDEL PARA SER FELIZ

Não posso ter medo de ser feliz
Vou cobrar o que a vida oferece
Ainda que eu vá ficar por um triz
Esta ocasião não é o que parece

É isto sempre o que a pessoa diz
Se somos felizes o bem acontece
Não posso ter medo de ser feliz
Vou cobrar o que a vida oferece

Quero fazer o que ainda não fiz
Até aquilo que a mim entontece
Quando a gente ainda é aprendiz
Depois aprende e nunca esquece
Não posso ter medo de ser feliz!

(Lourdes Ramos)

Estações Do Meu Coração

Caem as pétalas e florecem,
Na manhã que chove o verão,
Despede-se a despida ilusão.
Arilhos no inverno crescem...

Os teus beijos no outono caem,
E apanho co's olhos da paixão,
E co's mesmos faço devolução.
Na primavera rejuvenescem...

E vivo eu nestas constantes
Estações do meu coração
Que ora quente, ora frias

Ora doce, ora desilusão,
Igual ao que tanto querias;
Tens-me nas tuas mãos
lecitantes !...

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