Suaves desejos

Ah! Se eu pudesse passear na floresta dos teus desejos
Por entre as folhas caídas das árvores de teu sonho
Percorrendo a tua pele quente e macia como caminho
E respirando o ar puro e fresco dos teus beijos!

Ah! Como eu queria saborear teus lábios de rubra cor
E sentir a deleitosa fragrância da tua pele de limão
Pois teus beijos são mais deliciosos que licor
E o teu doce perfume, quero eu ter na minha mão!

Desejos secretos

Ah! Que bom seria ouvir o teu suspiro
Deitada sobre uma rede de pesca
Desenhar teu belo rosto num papiro
E respirar beijos teus como aragem fresca!

Encontrar em teu coração tesouros escondidos
Explorar teus labirintos secretos de prazer
Caminhar em teu olhar por bosques perdidos
E nele adormecer sem ter nada que fazer!

Sorver teu néctar quente como leite
Deliciando-me em teus lábios de diospiro
Quando em minha cama repouso, à noite!

VIRTUDES

VIRTUDES

Eu tenho poucos medos
E os segredos suficientes
Alguns desejos ardentes
E muitos enganos ledos

Não tenho queixas, eu as invento
Não temo a solidão, só me defendo
No espelho da ilusão me pego vendo
Todas as razões para o acalento

Eu tenho tolos e belos erros
E os silêncios gritados
Alguns prazeres citados
Nos insaciáveis versos que escrevo

TEMPO, FLORES E ABRAÇOS

 

Eu vejo o horizonte escurecer e o chão sumir

Em pó o sonho ao vento se espalha

Uma dor estranha no peito que já falha

Incandesce esse cruel punhal a me ferir

 

Basta um olhar assim sem freio

Feito de desejo, admiração e verso

Que encharcado de desilusão confesso

É loucura acreditar que de tanto te amar, me odeio

 

Vejo ser ilusão minha armadura

Minha fortaleza é sombra e solidão

Se nela pensava refugiar-me da emoção

Aprisiono-me ao céu da tua loucura

 

MEUS DONS

Tenho a alma repleta de sonhos
Tenho os olhos cheios de mar
Vivo como um encantado a voar
Sobre os silêncios de olhares castanhos

Tenho um canto desafiador
Um incansável viajar secreto
Um impossível desejo modesto
De ser causa e efeito no amor

Tenho o caminhar deserto
Entre espinhos, traumas e flores
Entre carinhos, dogmas e dores
Um caminho de infinito coberto

A GUERRA DO SER

Dos batuques tribais soam vidas
Nos quintais abissais do universo
Sons e ritmos surreais viram versos
Nos mangues das almas vencidas

E começa a batalha contra a sina
Nas ruelas e becos do horror
Noite infinda em seu esplendor
Triste sorte que aos loucos fascina

Nos caminhos dos heróis imaturos
Os seres perdidos entre sóis
São linhas de negros anzóis
Construindo desertos futuros

A GUERRA DO SER

Dos batuques tribais soam vidas
Nos quintais abissais do universo
Sons e ritmos surreais viram versos
Nos mangues das almas vencidas

E começa a batalha contra a sina
Nas ruelas e becos do horror
Noite infinda em seu esplendor
Triste sorte que aos loucos fascina

Nos caminhos dos heróis imaturos
Os seres perdidos entre sóis
São linhas de negros anzóis
Construindo desertos futuros

CÁ, MIRA-ME ELÉTRICA (Á Camila Erica)

"Aqui, mira-me os olhos e desatina
Faz sorrir minha alma e desafia
Colore meu sonhar e me ensina
A rima em teu sorrir que me arrepia.

Ali, viajo em teu contar preciso
Que rasga o horizonte e descortina
Um visual de paz, um paraíso
A violar sem dor tabus e sinas.

Acolá, me despes os pudores repentinos
Com postura de madona invencível
E eu aos teus pés tal qual um menino
Aprisionado à luz de um sonho impossível.

CERTOS DIA

Há certos dias confusos
Que os tempos se misturam
Diversas flâmulas tremulam
Em nossos mundos reclusos

Há  certos dias estranhos
Que me pego desistindo
Á luz do existir sumindo
Entre o segredo e o sonho

Há certos dias de cismas
Que sou tarde mesmo cedo
E entre a loucura e o medo
Adormeço sob as cinzas

Há certos dias sem vidas
Que o sol esmaecendo vai
Que o concreto se abstrai
E o irreal se concretiza

Pages