PALAVRAS

Com as letras do abecedário
Construímos palavras sentidas,
Formamos frases e textos,
Que por outros vão ser lidas.
 
Podem ser doces e apaixonadas,
Podem ser rudes e agressivas,
Podem ser curtas e tristes,
Podem ser longas e divertidas.
 
Circulam em cartas e livros,
Gravam-se nas vidas no tempo,
Contam histórias, narram factos,
São os olhos dum mundo atento.
 

Deixarei... ** ( Fase: Silêncio)

 

Esquecerei das palavras

O gosto do voar sem asas

O viver para não enlouquecer

E o enlouquecer para viver.

 

Deixarei as palavras

Deixarei o cantar sem asas

Deixarei a melodia entoada

Deixarei a minha alma ressecada

 

Deixarei as linhas torpes

Deixarei o sufocar destes

Deixarei o equilíbrio existente

Deixarei minha lucidez inconsciente.

 

Deixarei meu viver...

Esquecerei meu ser...

Quando deixar de escrever!

 

F.G.

 

 

Decifra-me ou devora-me....

Decifra-me Fonte,
ensina-me a diluir-me nesta onda 
onde a força cósmica
  permite imaginar tudo que  sou.

Decifra-me ou devora-me,
conduz-me e lança-me neste abismo sem fim,
gozo continuo  sem respostas.

Cativa-me,
torna-me completamente enlouquecida,
 incompreendida por aqueles que não sabem voar,
 não sabem amar, não se permitem sentir.

Faz-me ser assim, 
completamente sem projetos, 
sem tormentos,
sem solução.

Uma incógnita, 
 louca, lançada no mundo

Palavras que se me emperram.

‘Palavras que se me emperram’

Eu queria em mim sorver,
no rumor dos meus silêncios
no fio manso da corrente...
_A leveza de escrever.

Dedilhar os sentimentos
que me enchem os instantes
e me escorrem alma adentro
frementes de inquietação.

Consagrando de prazer
os momentos delirantes
a transbordar de emoção
que vão no meu pensamento.

CHARLES BAUDELAIRE

Charles tenebroso dessas noites dolentes,
Quem és tu que vem por um suspiro,
Reinar sobre todas as almas eloqüentes,
Iludir-nos tal qual nos olhos, um colírio?

Poeta assombroso de destino fatal,
Cantas as mais sinistras e horrendas paisagens...
Menestrel perfumado co`as flores do mal,
Cujo sonho supremo é ter lúgubres viagens.

Feldoso agente de uma macabra missão:
Encantar os que amam a última jornada;
Tu és rebelde, lutuoso é teu coração,
Vaga é para todos a tua caminhada.

A LUA QUE OLHAMOS

Minha bela, esta noite, a nossa lua
Que caminha na escura solidão,
Vai lembrar-me, ao me por a vigiá-la,
De ti, que hoje guardo no coração.

Esta noite, mesmo ao relento, eu verei
Nos raios do luar a sombra tua;
De saudade tua voz ouvirei
No silêncio sombrio da nossa lua.

Igual a ela, percorrido eu tenho
Da existência os caminhos tão tristonhos.
Sem teu olhar, teu sorriso, e primor...
Sem te sentir, senão nos doces sonhos.

No cada um por si da vida...

Chegou com o  coração pesado,
alma inquieta,máscara  na face
sorriso perfeito,olhar disfarçado,
 entrou, falou, brincou, sorriu,
lágrima caiu, sorriso apagou,
ninguém percebeu, ninguém viu
pegou o mat, enrolou,
deu uma desculpa
e partiu.

São  retalhos da vida
no cada um por si da existencia
emoções implodidas
nas dores sofridas
do  coração.
Fenix  somos
ressurgindo das cinzas 
aprendidas em cada lição.

No mundo algumas almas cantam
enquanto algumas outras choram,
clamando em sua propria agonia
 ninguém sabe e ninguém vê,

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