QUANDO ESCREVO

         QUANDO ESCREVO

 

Quando escrevo, canto os meus mistérios

Acaricio os meus pecados

Beatifico os sonhos desperdiçados

E retifico os equívocos mais sinceros

 

Escrevo para levar a beleza ao sofrimento

Para comover o ódio

Para desentender o óbvio

Para fazer o silencio rir do lamento

 

Escrevo para acordar a dúvida

Para abençoar os céticos

Para priorizar os ecléticos

Para suavizar minha dívida

 

Quando escrevo, liberto os olhares

ANGUSTIA

           ANGUSTIA

Ouço teu silencio estrangular meu riso

Vejo tua sombra roubar meu sono

E até a lucidez desse poeta insano

Delirante em febre desejou o abismo

 

Quantas noites precisarei chorar?

Com essas verdades a violentar meus sonhos

Loucos sorrateiros de verdades em punho

Mutilando o encanto do real ninar

 

E quando o grito eu precisei calar

O teu olhar aflito minha alma transpassou

Como um punhal de fogo, ácido e dor

Dilacerando os planos que eu quis ousar

 

ANGUSTIA

           ANGUSTIA

Ouço teu silencio estrangular meu riso

Vejo tua sombra roubar meu sono

E até a lucidez desse poeta insano

Delirante em febre desejou o abismo

 

Quantas noites precisarei chorar?

Com essas verdades a violentar meus sonhos

Loucos sorrateiros de verdades em punho

Mutilando o encanto do real ninar

 

E quando o grito eu precisei calar

O teu olhar aflito minha alma transpassou

Como um punhal de fogo, ácido e dor

Dilacerando os planos que eu quis ousar

 

OUÇO O TEU CANTAR

(Fragmentos de um Dueto)

A saudade que ora sinto
Parece que aumenta
É um jogo de ir e vir
E Ilumina a nossa aura
E o coração esquente
Como ao tomar vinho tinto

No íntimo do amor sentido
Há escondido um anseio
Perscrutando cada emoção
De um sonho que foi vivido
E que agora é devaneio
No fundo do coração

Em  um sonho idealizado
Quando ao mirar o mar
Com olhar maravilhado
Certeza de voltar a amar

VOO RASANTE

  
     
Encontrar-te
Libertou-me das prisões
Fez de mim obra de arte
Curou minhas emoções
 
Conhecer-te
Transtornou a realidade
E à nova dimensão
Transportou-me
 
De verdade
Estou livre das amarras
Abri portas e porões
Destranquei meu coração
Pude vir a conquistar

Saudade

Na sombra da árvore da saudade
Repousam todos os espíritos em agonia
Sob o frio estridente da realidade
Deste mundo cego de tirania!

A saudade tem o cheiro da flor de begónia
E as entranhas de uma majestosa cidade
Lugar onde se passeia como na Babilónia
De mãos dadas com a ingenuidade…

Nos bosques perdidos da ironia
Onde a saudade alcança a imortalidade
Choram todas as divindades em cerimónia.

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