Nada.

O nada dentro de mim

Nada mais é do que um

Nada.

                      

Poderia nadar nesse nada sem fim

Mas de nada adiantaria,

Nada.

          

Nada jamais me satisfaz

Satisfazer o jamais de um nada

Pra nada?

              

Poderia derramar os meus olhos,

Mas pra quê adentrar nesses jogos?

Que jogados, destroem minha alegria

E amarram-se a mim, poderia?

Esboços da alma...

 

Um dia na confusão do meu mundo,
por entre um vento moribundo,
a minha alma soprou,
os pós da minha loucura,
acumulados na armadura,
onde o tempo me fechou...

soltos e enfurecidos,
voaram decididos,
rumo ao meu coração,
não chegaram lá por acaso,
eles sabiam do atraso,
que tinha a minha ilusão...

a vida não me trazia mistério,
olhava-a de um jeito sério,
de quem já nada tem a perder,
quando só a razão impera,
o coração já não espera,
outra forma de bater...

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