PARATY (Teu Bandeirante)

Escrevi Paraty com tanto amor
Que acabei me perdendo
No tempo, no vento, nos caminhos
Minhas missivas não chegaram Paraty
Por isso em sendas delirantes
Vou te encontar Paraty amar.

Caminho nos paralelepípedos do ouro
E para dar cabo ao hiato da saudade
Pela distância entre duas cidades
Que estão tão perto, muito perto...
Corro por lembrar de ti e Paraty enamorar...

PRIMAVERA

Linda Monarca
Abres meus caminhos
Com perfume de encanto: mulher.

E na margem do surreal deliberante
É a marginalidade que me fascina
Com o furtacor de tuas asas: liberdade.

Monarca linda a borboletares
Meu real: ideal.

Serpenteando
Tal serpente: delirante
Todo o clamor do sexo
Que agora aflora da sensualidade
Do teu colorido bailado: Primavera.

O EDIFÍCIO

Entreolho as lantejoulas espelhadas
Vidraças coloridas das paredes
Do teu corpo concreto edifício
Que só meus olhos desnudam...

Aqui embaixo continuas lindo
Metáfora vibrante dos olhos meus
Que desejam em ti aprofundar o infinito...

Como se pudesse o infinito
Decifrar profundamente
Tua alma límpida espelhada
Alma refletora dos mais distorcidos segredos
De todas as almas que por ti refletidas são...

Não me fechem as portas

Não me fechem as portas, orgulhosas
Bibliotecas,
Pois justamente o que estava faltando
Em tuas prateleiras apinhadas,
É o que venho trazer
-mal acabando de sair da guerra,
um livro escrevi:
pelas palavras do meu livro, nada;
pelas intenções, tudo !
Um livro à margem,
Sem nada a ver com os restantes,
E que não pode ser sentido só
Com o intelecto.
Vocês, porém, com seus silêncios latentes,
A cada página hão de estremecer
Maravilhadas.

 

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