Peleja

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Peleja

A precisão de cada palavra
Serão golpes profundos de estilete
Nessa carnificina solitária

Que o leitor beba deste sangue,
Minha poesia lavada nesse olhar.

Quero ser assim, maníaco
E sem graça para o vulgar.

...

Vigília

Meu Ocaso, minha irmã, meu sono...

Dei-me a beber.
Sou menos meu e mais do outro.
Como adivinharia os dedos por trás do mundo?

Depois de ti varreram-me o azul dos dias.

Tenho demasiada Europa derramada sobre mim...
Já não posso voltar.
Sinto-me banido.

Depois de um deserto vem outro.
Atrás de um Inferno, Outro.

Estou doente,
faz frio dentro de mim.

Esta é a Forma Fêmea

Esta é a forma fêmea:
dos pés à cabeça dela exala um halo divino,
ela atrai com ardente
e irrecusável poder de atração,
eu me sinto sugado pelo seu respirar
como se eu não fosse mais
que um indefeso vapor
e, a não ser ela e eu, tudo se põe de lado
— artes, letras, tempos, religiões,
o que na terra é sólido e visível,
e o que do céu se esperava
e do inferno se temia,
tudo termina:
estranhos filamentos e renovos
incontroláveis vêm à tona dela,
e a acção correspondente

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