Vazio

 

“ Vazio… “

 

Quem ouvirá o vento urrante,

Como folhas de florestas,

As brancas rochas rosnando,

Na luz brilhando,

Na lua caindo…

Um corpo de vela,

A tempestade murmurando,

O abismo movendo?

 

Quem ouvirá a voz delirante,

Sem pressa caindo,

Na agonia, no desespero,

Estilhaços na mente

 

Estilhaços na mente… “

Estilhaços de mente, debaixo do néon,

Perfuram-me a Alma, numa dança estonteante,

Percorrem labirintos, que só eu conheço,

Numa inconsequente sonolência,

Numa lágrima escondida… em pesadelos suados,

Enquanto os meus sonhos aguardam,

Dilaceram a noite acordada,

Camuflam o ego na doçura,

Escondem o corpo rasgado,

Reflexão

 

“ Reflexão… “

Hoje, estou prostrado,

Numa inquietude amarga,

Num vazio, tão inerente,

Que não consigo afastar…

Hoje, deixei passar a vida,

Indiferente na sua vontade,

E, em tudo o que lhe pertence…

Hoje, não quis sequer ir em frente,

Olhar o caminhar dessa gente,

Que não faz parte de mim…

Alma embriagada

 

“ Alma embriagada…”

Delineie a vida, encarcerado na sombra,

Bebendo o desconforto, de uma mente exorcizada,

Arrancada da Alma, num momento errante,

Que trespassa o tempo no cosmos,

No meu olhar distanciado…

Anseio no ego, a utopia da paz,

Na morte elaborada,

E, de uma forma desconhecida,

Tento sair sem mais nada,

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