Ida

Há uma tristeza tão grande
nas estantes vazias,
como se partidas,
as ideias tivessem
sumido no Mundo
que resta apenas
a desolação
em mogno preto.
O cheiro de abandono
percorre os corredores
como um fantasma
descrente da própria morte.
E ainda que todos
os adjetivos, verbos e advérbios
tenham impregnado as paredes,
sabe-se que a poesia acabou.
A enseada de Botafogo
que um Naif em vão tenta recriar
perde a cor aos poucos;
a face, cada vez mais pálida,

A minha perpétua dor

Amo quem amo,
és o meu verdadeiro amor,
ao que sinto chamo
a minha perpétua dor
 
Dói tanto saber
dói só de pensar
que nunca te vou ter
nem tua boca beijar
 
Acabou-se a minha calma
sinto falta de te ver
alimenta a minha alma
nem que seja para sofrer
 
Quero-te e não te posso ter
amo-te, mas não devia amar
o coração escolheu sem ver
e agora é tarde para mudar

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