*PHANTASIAS*

Tenho, ás vezes, desejos delirantes
De a todos te roubar, meu lyrio amado!
E levar-te, em um vôo arrebatado,
Aos paizes phantasticos, distantes.

Á India, China ou o Iran, e os meus instantes
Passal-os a teus pés, grave e encrusado,
N'um tapete chinez, avelludado,
Com flores ideaes e extravagantes.

Nossa vida seria, ó pomba minha!
Mais leve do que a aza da andorinha...
E, nas horas calmosas, eu e tu...

*A VALENTINA DE LUCENA*

Eu tambem já em tempos não distantes,
Fiz versos sensuaes e namorados,
Aos occasos de luz ensanguentados,
E á meiga e boa lua dos amantes.

E escrevi pelos albuns elegantes
Idyllios em papeis assetinados,
E, como a luz dos ponches inflammados,
Fiz odes ideaes e extravagantes.

Mas hoje emfim mudei, e inda ha bem pouco,
A diva por quem choro e vivo louco,
--A flor, a flor ideal das maravilhas...

CENAS

 

A antiga Comédia prossegue em seus acordes e divide seus Idílios:

Bulevares de teatro.

Um longo cais de madeira de um canto a outro do campo rochoso onde a

multidão bárbara evolui sob árvores saqueadas.

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