Delírios
Autor: Fabio Renato Villela on Saturday, 19 January 2013
A terra chama, sem voz que o diga
Suando ao sol, um fôlego alterado
Onde o Homem come, sobre o estrado;
De esforço, tanto, que lhe compense a fadiga…
Qual encontro marco no destino
Se é rua, do meu ser, (pequenino) …
Já os caminhos estavam trilhados
Sobre passos desorientados, tementes
Que em seus desejos, medos ardentes
Haviam perdoado, os olhos fechados…
- Pois, que se abram outras qualidades
Quais vençam, sempre, as vontades.
Il apellait l'absynthe sa «muse verte»
(Les derniers bohémes)
Io vidi gia al cominciar del giorno
La parte oriental del ciel tutta rosata.
(Dante. Purg.)
Infelizes!--os sujos, verdes limos,
Que vezes não tem visto os afogados!...
Corações tantas vezes sobre os cimos
Do Ideal! e que o Vicio tem marcados!
Quem os leva por esses vis atalhos
Do Desespero, Fome e Suicidio,
E ao verde absintho e aos sordidos baralhos!
--Elles que leram Dante, Homero e Ovidio?
Os realistas não temem os resultados do seu estudo.
Quando tornar a vir a Primavera
Talvez já não me encontre no mundo.
Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente
A MARTINHO DE BREDERODE
Quando cheguei aqui, dizia baixo o povo
Pelas ruas, vendo-me passar:
--Vem tão doentinho, olhae! e é ainda tão novo...
E assim sósinho, sem ninguem para o tratar!
(Que boa a Suissa! que bom é este povo!)
Raparigas de luar, pastoras d'estes Andes,
Diziam entre si: Quem será este senhor?
Todo de preto, tão pallido, olhos tão grandes!
E rezavam por mim, baixinho, com amor.
(Ó pastoras tão meigas d'estes Andes!)