Ladainha da Suissa

A MARTINHO DE BREDERODE

    Quando cheguei aqui, dizia baixo o povo
    Pelas ruas, vendo-me passar:
    --Vem tão doentinho, olhae! e é ainda tão novo...
    E assim sósinho, sem ninguem para o tratar!
            (Que boa a Suissa! que bom é este povo!)

    Raparigas de luar, pastoras d'estes Andes,
    Diziam entre si: Quem será este senhor?
    Todo de preto, tão pallido, olhos tão grandes!
    E rezavam por mim, baixinho, com amor.
            (Ó pastoras tão meigas d'estes Andes!)

*ENTRE OS ARVOREDOS*

Calma silentia lunae.
     (Virgilio)

Recordas-te essa noute, ó bella desgostosa!
Que nós andámos sós e tristes divagando,
Entre as folhas e o vento, o vento leve e brando.
Aos lividos clarões da lua silenciosa?!...

Callados e atravez da grande sombra escura
Dos cerrados pinhaes e augustos castanheiros,
Como as almas leaes e antigos companheiros,
Unidos a gemer a mesma desventura!

FLORES

 

De um degrau de ouro, — entre cordões de seda, gazes grises, veludos verdes

e discos de cristal que escurecem como bronze sob o sol, — vejo a digital se

abrir num tapete de filigranas de prata, de olhos e cabelos.

Peças de ouro amarelo semeadas sobre a ágata, pilares de mogno sustentando

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