A alegria dos vermes ou uma vela pra tu
Autor: elson mesquita ... on Friday, 4 January 2013
Monólogo da saudade
Autor: elson mesquita ... on Friday, 4 January 2013
JOVEN CAPTIVA
Autor: João de Deus on Friday, 4 January 2013Respeita a foice a espiga verde ainda;
Sem medo da vindima, o estio inteiro,
Bebe o pampano as lagrimas da aurora:
E eu verde como a espiga, tenra e linda
Como o pampano, hei-de morrer? não quero:
Quero, mas não por ora!
Talvez que a outrem, morte, grata fosses.
Espero! Embora em lagrimas me lave,
Varre-me o norte a mim a face? inclino-a.
Se ha dias tristes, ai! ha-os tão dôces...
Sem amargo, que mel, por mais suave
Que mar, em paz continua?
*FALSTAFF MODERNO*
Autor: Gomes Leal on Friday, 4 January 2013In vino veritas
Quando eu morrer, ninguem lerá no craneo
Se eu fui mouro ou judeu,
Se presava o _cognac_ ou o _Madeira_,
Que soffrer foi o meu!
Ninguem dirá se era trigueiro ou louro,
Se eu fui Pope ou Camões,
E os sabios não dirão, coçando a calva,
A côr dos meus calções.
Não saberão dizer se foi a pipa
O hotel em que vivi,
E se fazia sol ou aguaceiros
No dia em que nasci.
O Tonel do Rancor
Autor: Baudelaire on Friday, 4 January 2013O Rancor pe o tonel das Danaidas alvíssimas;
A Vingança, febril, grandes olhos absortos,
procura em vão encher-lhes as trevas profundíssimas,
Constante, a despejar pranto e sangue de mortos.
O Diabo faz-lhe abrir uns furos misteriosos
Por onde se estravasa o líquido em tropel;
Mil anos de labor, de esforços fatigosos,
Tudo seria vão para encher o tonel.
O Rancor é qual ébrido em sórdida taverna,
Que quanto mais bebeu inda mais sede tem,
Vendo-a multiplicar como a hidra de Lerna.
O que ouviu os meus versos
Autor: Alberto Caeiro on Friday, 4 January 2013
O que ouviu os meus versos disse-me: "Que tem isso de novo?
Todos sabem que unia flor é uma flor e uma árvore é uma árvore.
Mas eu respondi, nem todos, (?.......... )
O que nós vemos das cousas são as cousas
Autor: Alberto Caeiro on Friday, 4 January 2013
O que nós vemos das cousas são as cousas.
Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
_ELOGIO DA MORTE_
Autor: Antero de Quental on Friday, 4 January 2013
IMPROVISO
Autor: Bulhão Pato on Friday, 4 January 2013
Porque languida essa frente Descai, quando a tarde espira? Porque nesse olhar dormente Tua alma ingenua suspira? Porque? ai! porque? responde; Que se amor do ceo procura, Eil-o; em meu peito se esconde; Vive, é teu, tens a ventura! Verás como então brilhante, Seduz, toma vida, inspira, Esse teu bello semblante, Que apenas hoje se admira! Ilha da Madeira--Novembro de 1850.