todos pelo todo
Autor: Clarice Lis Marcon on Thursday, 3 January 2013Desgregados
mal-amados
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Está aberto o 1º Concurso de Poesia do nosso site. Inscrições até 6 de Janeiro de 2013. Leia mais aqui:
http://poesiafaclube.com/informações/1º-concurso-de-poesia-do-poesiafãclube-janeiro-2013
Este poema foi encomendado
Esse olhar silencioso
Em que lingua se traduz?
Falla-me, oh astro saudoso,
Luz do céo, pallida luz!
Que aereas visões me acordas,
Que imagem, lua, recordas
N'essa prateada côr?
Que ha em ti, que a dôr mitiga,
Que ha em ti, lampada amiga,
De meigo e consolador?
Nunca mais me permitte a sorte crua
Que ande ás portas batendo tresnoutado,
Vae morrer em beco, abandonado,
O maior bebedor que olhou a lua!
Dos braços da creada seminua
Nunca mais rolarei sobre o telhado;
E, ao relento, encherei, com passo errado,
De lettras cabalisticas a rua.
Vae morrer, morrer sim, por seus castigos,
O estomago que foi mais forte e cheio,
Que na Paschoa ceiou com Satanaz...
Onde haja caracoes, n'um fecundo torrão,
Uma grandiosa cova eu mesmo quero abrir,
Onde repouse em paz, onde possa dormir,
Como dorme no oceano o livre tubarão.
Detesto os mausoleus, odeios os monumentos,
E, a ter de suplicar as lágrimas do mundo,
Prefiro oferecer o meu carcaz imundo,
Qual precioso manjar, aos corvos agoirentos.
Verme, larva brutal, tenebroso mineiro,
Vae entregar-se a vós um morto prazenteiro,
Que livremente busca a treva, a podridão!