CARTA
Autor: João de Deus on Tuesday, 4 December 2012    Maria! vêr-te á porta a fazer meia,
	    Olhando para mim de vez em quando,
	    É o que n'esta vida me recreia.
	    Acordo até de noite suspirando
	    Por que rompa a manhã e tenha o gosto
	    De te vêr já tão cedo trabalhando.
	    Desde pela manhã até sol-posto
	    Que não tens de descanço um só momento;
	    Por isso tens tão bella côr de rosto.
	    E eu pallido, Maria! O pensamento
	    Não é trabalho que nos dê saude,
	    Esta imaginação é um tormento.
