VELHA FARÇA
Autor: Guilherme de Azevedo on Monday, 12 November 2012Rufa ao longe um tambor. Dir-se-ia ser o arranco
	D'um mundo que desaba; ahi vae tudo em tropel!
	Vão ver passar na rua um velho saltimbanco
	E uma féra que dansa atada a um cordel.
	Ó funambulos vis, comediantes rotos,
	O vosso riso alvar agrada á multidão!
	E quando vós passaes o archanjo dos esgotos
	Atira-vos a flôr que mais encontra á mão!
	Lá vae tudo a correr: são as grotescas dansas
	D'uns velhos animaes que já foram crueis
	E agora vão soffrendo os risos das creanças
	E os apupos da turba a troco de dez réis.
