*Menino e Moço*
Autor: António Nobre on Sunday, 11 November 2012Tombou da haste a flor da minha infancia alada,
	Murchou na jarra de oiro o pudico jasmim:
	Voou aos altos céus S.^{ta} Aguia, linda fada,
	Que d'antes estendia as azas sobre mim.
	Julguei que fosse eterna a luz d'essa alvorada,
	E que era sempre dia, e nunca tinha fim
	Essa vizão de luar que vivia encantada,
	N'um castello de prata embutido a marfim!
	Mas, hoje, as aguias de oiro, aguias da minha infancia,
	Que me enchiam de lua o coração, outrora,
	Partiram e no céu evolam-se, a distancia!
