A costureira mais voraz
Com sua agulha tão profunda
Espeta segredos das pessoas
Ela dá uma nova roupagem
Para a mentira adornada
Estética mais bela e fugaz
Para o homem verdadeiro
Esquecido em solitude
O sangue pinga no véu
Impetuosamente ela
Entende: para a virtude
Sorrir, manchas devem
Existir

oiço os costumes saltaricarem através de vocábulos que se apegam às permutas mercantis; oiço a gritaria que produzem nos antípodas duma vida descansada; oiço as suas injúrias quando baseiam em reclamos estridentes as cruéis leviandades.

hoje falo dos meus ideais traídos por causa das cruéis agressões; por causa da maledicência que prosseguiu o seu fôlego ao abafar os meus intentos; por causa da penumbra onde residi mas donde ataquei os abusos com obstinação.

Tantas as mãos

o meu método de banir a tristeza é combatendo as suas divisas paralisantes retroagindo ao lugar onde jazem as minhas genuínas intuições; onde expulso o desregramento que lavra no terreno da solidão; onde reprimo os perniciosos anseios que incluem as divergências e o temor.

Luzes em algo
Mísseis à tona
Medo ao alto
Em tal sonda.

Vida d'outro
Mundo talvez
No tiro o sopro
da raça languidez.
Aliens ou guerra
Não sabe porquê,
ignispício nos ferra
o povo a mercê.

Resposta é mel,
abelha finge.
Sangue é fel
O enxame, atinge.

O breu da alma cega a retina em prece
A falta do poderoso divino nos escure
Cegueira moral e fulcral no mundo
Os açoites da morte cada vez profundo
Chicoteando a carne demasiada humana
Escravidão natural da beleza profana
O feio é exuberado como licor
Ressentimento e facas: nosso fulgor
Preso na lâmina a mentira inóspita  
Brilhando sangue no reflexo, luxuosa
Derrama ignorância na sórdida ingratidão
Humanidade enterrada em podridão
Outrora um dia no prado ganhou
Esculturou o mármore e sonhou