Alma solitária
Autor: José Augusto Mo... on Sunday, 10 October 2021
Ó alma solitária, outrora envaidecida,
com amor tão grande a que foste torta,
Olhas a tua vida triste e desflorida,
Sentes o desespero a bater-te à porta?
Ó alma solitária, outrora envaidecida,
com amor tão grande a que foste torta,
Olhas a tua vida triste e desflorida,
Sentes o desespero a bater-te à porta?
Começamos a ficar saturados
Com a história do confinamento,
Mas será que é este o momento
De espairecer para todos os lados?
Cientistas, matemáticos e opinadores
Trazem certezas e lançam rumores!
Vamos pensar em deixar a casa,
Mas não sair para bater asa!
Baixa o número de infetados
O R vai para setenta por cento
Mas será que é o momento
Para deixar de ter cuidados?
Olha que os cuidados intensivos
Ainda tem números agressivos!
Vamos pensar em deixar a casa,
Dizer só que amamos, só para nosso bem
Ignorando os outros e seus sentimentos
Afogar os gritos e os pensamentos
Enterrar na lama, para o bem de alguém
quando a penumbra se dissipa há um mítico sucesso que encarcera a nossa amargura, retorcendo-a e desbastando-a; há uma paisagem entoada pelos cânticos que se debruçam das varandas da nossa memória; e há uma catarse que se aprimora nas incisivas viagens em torno de nós.
as marcas herdadas
pelas rugas do tempo
acompanham a noite
como um peixe tatuado
que flutua insólito
no aquário da sala
pelas suas margens e algas
-em instável desvario-
inscrito no espelho do medo
e ecoando através da madrugada
feito um insone tormento
tortura e açoite gratuitos
ditos à meia voz
por delinquentes “espíritos”
pesadelo náutico
ou chuva desértica
maremoto incontido
interrompido no parto da alva
sentença de remissão
Colisão entre planetas,
a órbita rasga a harmonia
dos dias furtivos de outrora.
Saturno retira seu anel,
joga fora sua essência cordial,
porque sua ábdita Lua
decide eclipsar junto ao
Sol, o rei cósmico do espaço.