Como a Teia de Aranha

Eu sou como a teia de aranha
No lustre desta morada
Estática, incolor.
Faço dos meus dias solidão
Fico em constante marasmo
Não procuro os muitos bares movimentados
Existentes neste bairro
Reservo-me no mais simples e próximo
Sou um boêmio anônimo
Meu convívio é um vicio
De sempre servir camaleões nesta terra
Minha raça de amigos é clandestina neste plano
Meu cotidiano é um sorriso amarelo
Casa-trabalho

UMA PARTE DE MIM

Uma parte de mim é festiva

Outra se furta de vida ,

Festiva parte humana feita de pó

Eu, que sou quase feliz

E de tantas lágrimas , talvez  entenda

O mundo lobo

Não tenho sabedoria para tal

E o que respiro  é em profundo sentimento

Devido a loucura dos dias e  

A embriaguez das noites ( solidão ).

Não ,

Não  é ausência de prazer

Negativo ,

Uma parte de mim e festiva

SER UM POETA

Queria ser um poeta 

Para dormir perante as dores

Queria poder não amar

Para evitar o quê de dor me espera

Queria ser aquele que nunca cansa

No mundo áspero que o cerca,

Ser um plano bem sucedido

Quero de mortes não entender

E a dignidade que nunca me deram

Quero entender porque este humano

Acha-se mais que tantos e tantos outros

Talvez seja composto de ouro e diamantes

E não de carne e osso.

ROSAS

Rosas no vaso,

Rosas no maço

Rosas simples, no jardim igual.

Rosas sem morada, sem sol.

Rosas pobres, como eu.

Rosas simpáticas

Rosas ricas de elegância expressiva

Rosas tratadas, nocivas.

Rosas eternas de material sem vida.

Rosa em flor

Rosas da primavera

Oh!Mulher rosa dá-me

Teu amor.

Rosa pobre sou eu

Que te cultiva nos jardins

Sem valor.

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