Da Despedida

 
Escreva, no fundo da epiderme, o fim deste encanto!
Transcreva, no fundo da hipoderme: não há santo...
Prenda em sua memória, se capaz for, com adraganto,
o fim, ignore, leve este último piricanto!
 
Como um canto, a reprise deste encanto.
Com espanto, percebes que não há encanto?
Não há, entre os mortais, nenhum santo?
Princípios, jogue todos em algum canto!
 
O fim daquilo que tanto você negou...

O fascínio dos desassossegos

A solidão que até então permanecia opiácea sucumbiu
Na imensidão cósmica, percorrendo a via láctea onde
A luz depois empalideceu numa escuridão quase cretácea
 
É este o fascínio dos meus desassossegos…
Nada mais é la vie en rose ,porque o futuro tragicómico

Sobre a Humanidade

Não consegue provar nem sua própria existência
Como queres, divina, explicar o iminente caos?
Como queres, como cínica, explicar naos?
Talvez seja esta a nossa verdadeira prepotência
 
Não prova, o que consegue, a existência própria?
O caos explica, cinicamente, como queres?
O naos explica,  divinamente, como queres?
Talvez seja esta a nossa verdadeira inadimplência...
 
Repita este canto: não tem explicação...

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