No meio do caminho
Autor: DiCello Poeta on Tuesday, 18 September 2018Nunca havia lido
esse poema de Drummond
Mas escrevi assim mesmo
Nunca havia lido
esse poema de Drummond
Mas escrevi assim mesmo
Se arrepender de fatos
é a consciência sentindo
querendo a melhora
Delírios inflamados
sensações tiradas da cartola
sonho, fantasio...
as intuições que evoluíram como ditames para a minha leviandade eram afinal esboços dum poderio inaudito que envolveu a minha poesia.
FUNDÃO – AMÁLIA, A MAL AMADA…
Nos tempos do Estado Novo, as três “modalidades” para entreter o Zé Povinho eram Fátima, Fado e Futebol.
Em relação ao mundo do Fado, as artistas eram do povo, da gleba, das Beiras, e não evitavam que fossem conotadas com o mal, o pecado, o maligno, pelo menos aos olhos do regime.
Longe estavam os tempos em que o Fado seria considerado pela Unesco como Património da Humanidade, longe os tempos do Fado para inglês ouvir.
FUI À SANTA LUZIA
Há anos prometi que um dia lá iria. Agora, em Setembro de 2018, concretizo esse desejo antigo.
Ainda de manhã, na varanda da casa, observo a parte sul verdejante da Gardunha, mais a poente chega-me o som do ribombar dos foguetes.
Na espera do autocarro municipal, o batuque dos Bombos e o jovem Rancho Folclórico de Silvares, fundado em 1947 por José Valentim; à sua morte sucedeu-lhe na direcção a sua filha Ilda Valentim Mesquita.
ANGUSTIA NÃO MATA
Estou com tristeza até a alma!
Os meus olhos recusam chorar, mesmo se quisessem não conseguiriam.
Os meus olhos parecem secos, as lágrimas já se derramaram quase todas, ou, reteve mediante a vergonha que elas sentem de rolarem rosto abaixo e cairem pelo chão.
Uma angústia, dói o peito, ainda bem, que não é o coração. O coraçao não suportaria tamanha dor.
Bem dizia a minha mãe: "O desprezo dói mais que uma bala de revolver Calibre Trinta e oito".
Não consigo chorar. Meus olhos piscam, piscam, mas algo diz: Não chores!
Os meus sonhos
Por vezes durante o dia mergulho nos meus sonhos, confio no palpitar do meu coração, afinal ele é como as raízes das árvores e o céu não tem limite.
Ele vive por amor, o mundo não anda para trás e as estrelas não deixam de brilhar.
Gosto do amanhã e da terra, do desconhecido e não me importo com quem faz a guerra e a paz, mas quero que o vento seja o vento.
É grande a força dos meus sonhos e as minhas mãos nunca ficam vazias, agarram as pedras do meu rio.