Amor

Às armas!

Desapeguei-me de catarses e eufemismos,
Das metáforas e sonetos, rochas num caminho
Ondulado designado a ser direto.

Faço-me justamente pelos meus punhos
Cobertos de vontade e desejo
Por um novo amanhã que acreditei não vir.

Se por dor não travo, por desaforos menos ainda,
Pois se a mim mesmo consegui sobreviver,
Nada é digno de me parar na demanda de te ver!

Grafia

A cada conto que é declamado,
Um novo Linear de segredos
E resoluções é encriptado
Para encontrar esses de destinados.

Sarcófagos da cegante paixão,
Rodas do turbulento sentir,
Se amas uma flor, no coração
Ela mora e na terra a deixarás florir.

A memória da lírica no lírio,
Cujo pólen perfumou o meu ser,
Cavaleiro do amor, não é nenhum martírio
A favor do teu sentimento distante viver.

Minha Mãe é Linda

Minha Mãe Minha mãe era tão linda? Linda como uma flor. Que Deus plantou na Terra. Com carinho. E com amor. Transmitiu à humanidade. Tudo quanto ela sabia? Não criticava ninguém. Rezava  noite e dia. Filhos que tendes Pais. Dá-lhe amor dar carinhos. tanto, pai como a mãe? Só vivem para os seus filhinhos. A mãe sofre do parto. Ao dar o seu filho à luz? Quando lhe põem Nos braços? Ela agradece a Jesus. Tanto pai como a mãe? De manhã vão trabalhar? Pensando sempre em seus filhos. Para nada. lhes faltar. Autora. Maria Carmo Borges a Borges vinha. Fiquei com Deus. Autora Maria Carmo.

Umbra

Porque continua a penada
Alma, perdida,
A regar um prado
Morto,
Extinto de cores?
Que razão da alma é
Para não largar
Da dor?

O que salva
É a sombra,
Volta e vai solene e bondosa.
Sombra da cor
De uma flor do Amor.

A flor vive, mesmo que morta,
Já que cor é o seu ardor,
E a minha esperança por a ver outra vez
É senão penumbra do meu coração
Em sonhos de saudade.

Noite de luar encoberto

Numa noite tão obscura e empoeirada,
Almas desoladas fazem casa nos prazeres
Pecadores das velhas ruas de sombrios ruídos
E dramáticos afazeres desgostosos.

Perdido neste inferno tão saboroso,
Inquieto e isolado estou, claustrofóbico,
Já que de tanta gente vagabunda no mundo,
Nenhuma se esforça para entender o vazio.

Mas eis que me vem uma familiaridade,
O olfacto captura uma memória terna,
E no instinto eu atuo, recebendo o presente
De quem decidiu fazer-se alguém a mim.

Uma nova aurora

Levantem-se os céus em azulada aurora,
Banham-se as nuvens das novas vontades,
E enquanto o mundo ainda dorme
Salta do leito do descanso uma bela vista.

Dou graças por ainda poder descansar
E saber que posso relaxar.
Aguarda-te o renascer da rotina
Numa paisagem que nunca sabia existir.

É saboroso conhecer esta maravilha
E a ela poder sonhar e amar.

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