Amor

Meu caro Vinicius

Meu caro Vinicius

De repente, não mais que de repente...

Vinicius de Moraes

É meu caro Vinicius,

Estavas certo na prédica

De o de repente desatinar

De perder-se de seu amar

Na mais bela forma poética.

 

É meu caro Vinicius,

Esse seu de repente tortura

Vem sempre ao revés

De um chorar do através

Momento póstumo, amargura.

 

É meu caro Vinicius,

Seu vaticinar estava correto,

Pois se fez “da amiga”, distante

Rodendros

O Amor rói-me por dentro,
Corrompe-me a seriedade.
Dou por mim obsessivo
E um tanto compulsivo,
Embeiçado em tal simplicidade
Que perco a noção da realidade.

Mas calo-me.
Calo-me e não me revelo.
Guardo todos esses segredos para mim,
Esperando, estupidamente, o outro alguém.
Aguardando que esse alguém tome a iniciativa
Que eu nunca sou capaz de tomar.
E não é por falta de sentimento que não o faço,
Isso é certo!

Quais?

Homens bárbaros açoitam a noite
e abortam os sonhos a serem sonhados.
Miragens e imagens confundem-se
entre as sacras proibições, 
pois dizem necessária
a regência da melancolia.
 
Ontem eu vi uma tristeza de adeus
e o corpo que me aqueceria
perdeu-se na multidão de tantos sozinhos.
Foram tantos os brilhos
e, no fim, só essas marcas nos ladrilhos
e talvez a prepotência dos gatilhos.
 

DESTINOS

DESTINOS

Destino
É não saber voltar
Perdido é uma oração
É voz que te abraça
É a dor
Onde repousa o Amor
Falo-te baixinho
Amar

Eu mereço
Mas são para ti
Cores de ternura rara
Destinos ao sabor da Alma
São molhadas Vozes
De um Deus que existe
E provar é simples

 

Paulo Cardoso

UM BEIJO SÓ

UM BEIJO SÓ

Bocas de Um Beijo Só
Têm Lábios Afagos
Que se Emocionam
Que se Abrem
Que se Misturam
Que Respiram Juntos

Lábios de Um Beijo Só
São Ardentes Cadentes
Onde Moram Línguas Quentes
Que se Salivam
Que se Lambuzam
Que se Mesclam

Línguas de Um Beijo Só
Têm Sabor de Perdição
São Segundos de Paixão
Que se Entregam
Que se Partilham
Que se Inflamam

Sorrisinho

Se esse sorrisinho fosse meu,
Toda a felicidade do mundo minha seria.
Me disse um senhor.
Não gosto de soberba,
Prefiro não ter toda a felicidade do mundo.
Mas se esse sorrisinho fosse meu,
Eu seria o mais feliz deste planeta
E com júbilo gritaria
Que amo amar a ti.
Se esse sorrisinho fosse meu,
As nuvens negras fugiriam,
E de tão brilhante esse sorriso,
O sol ele ofuscaria,
Dos tempos de solidão,

Só Por Hoje!

É o fim

Mas também o começo.

Meus olhos úmidos

Olham  ternamente as estrelas do céu

Procuro esquecer as estrelas da terra,

Só por hoje!

A cada dia que passa

As memórias não vividas esvaecem 

E me enlouquecem outrossim.

E se eu tivesse vivido?

E se eu tivesse esquecido,

Os olhos que me cercavam?!

Nos olhos daquela dama,

eu naufragava!

Nos lábios da mesma dama,

eu me afogava!

E não praia dos seus beijos,

Eu não cheguei!

Morri nos seus sonhos,

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