Pacífico
Autor: Wania Andrade on Monday, 18 November 2013Não.
Não quero falar contigo às pressas,
como se estivesse a fugir do meu próprio destino.
Quero apear-me à tua beira, largar longe as tamancas,
Não.
Não quero falar contigo às pressas,
como se estivesse a fugir do meu próprio destino.
Quero apear-me à tua beira, largar longe as tamancas,
Quando o vento passava mais frio dentre os fios do capote,
e lanhava com seus uivos a carne desacarinhada,
pensava naquele abraço aquentado.
Quando varava a madrugada e a vigília solitária
SIMPLESMENTE AMAR...
Quer fazer se o amor te aflige e acalma...
Num instante incerteza, num outro o irradiar de olhar...
Que fazer se o amor se alimenta de quimeras e beijos...
De insanas certezas de apenas um olhar...
Que posso eu fazer ?!!!
Se não ....
Simplesmente amar.
Um convite é o seu sorriso,
Como o sol que doira a aurora,
Para errar no paraíso
De su`alma sonhadora;
Quero dedicar meu friso,
Meu anelo e alegre riso
À mulher que eu amo agora.
Ela é tímida e sutil,
Do jardim parece a flor
Que derrama aromas mil,
Perfumando-me de amor;
Divisando o céu anil,
Nada achei mais pueril
Que seu suave primor.
Vinhas comigo para o espaço? Vinhas? Vinhas?
Para o espaço entra a minha mão e a tua.
Que aconteça o que tivermos vontade que aconteça.
Que nada do que desejamos desfaleça.
Que sejamos capazes de dar um ao outro tudo o que queremos dar
Tendo apenas em atenção
O que é de mais elementar
Que o amor nunca se pode forçar
E que um homem e uma mulher que se desejam nunca se podem recusar.
E ter também em atenção o que parece vulgar
Que os olhos dizem o que estamos a pensar
E que nunca será possível não dizer a verdade.
Está tudo nos olhos a denunciar.
Não chore pelo tempo que se foi
Nossa vida começa amanhã
Agora não, o acaso nos trouxe aqui.
O tempo, minha cara, nos ensina o que deveras é importante
E os versos que cortam as linhas
Não são mais importantes
Que rascunhos, manchados, de lágrimas
De olhos pedintes
Das linhas traçadas, suaves requintes.
Deixe-me mostrar, minha cara
Que os amores febris de outrora
Não são nada
Se tu choras.
E a alma agora acorda, de devaneios sádicos
E o outrora, agora, ficou para trás