Amor

ESQUECIDA

ESQUECIDA

Canto a história de um pranto
Nascido e vivido de um canto…
Por momentos julgado,
Mas amado…

Naquele dia… tarde… dois…
Novembro, sol de Abril…

Foi o choro, o grito e a angústia….
Pelo amor e a dor do medo da partida,
Que gritei como quem está só.

A dor e o tempo no vento dos lábios
Derramado num manto de lágrimas…
Branco como tu branca, e eu…?
Eu assim fiquei…

Caminhada…, ida… recordada…

AS CRIANÇAS

AS CRIANÇAS

 

A Matilde tem cinco anos e tem um irmão com oito, que já treina hóquei em patins, e sonha assemelhar-se um dia a um Vaz Guedes, Adrião ou Livramento. Para quem não se recorda, eram os Ronaldos do hóquei português nas décadas de cinquenta e sessenta. Estes jogadores, com o stick e a bola pequenina e redondinha, infligiam goleadas aos “nuestros hermanos,” ganhando-lhes sucessivas taças e campeonatos europeus e mundiais.

Vivo...

Vivo momentos

de ansiedade

conto dias horas,

minutos

quero estar contigo

e não vejo a hora

estou curioso

da tua maneira de ser

quero saber tudo

o que me permitires

quero partilhar o meu tempo

ouvir a tua voz

observar os teus gestos

ler o brilho dos teus olhos

decifrar o teu sorriso

ser o teu confidente

tocar o teu rosto

e se me deixares

sentir o sabor dos teus lábios

e descobrir-te em segredo...

As minhas mãos

As minhas mãos

querem sentir

a tua pele

o teu cabelo

os contornos do teu rosto

da tua boca

do teu corpo,

tenho que fechar

os meus olhos

e ver-te na minha mente.

Continuo a procurar-te

mas não estás

agarro a caneta

e escrevo

o que gostaria

de te sentir neste momento

sem pudor dos dedos

que querem explorar

os teus contornos

e fazer novas descobertas em ti

mas não estás

e tenho que me alegrar

porque posso transcrever no papel

Amar

Amar a vida,

amar com vida

Amar sempre,

amar no tempo

Amar aqui,

agora,

no momento

Amar,

amor,

amar-te,

amar-me

Amor de todas as formas

Mas acima de tudo

amar-te,

pelo que és,

meu semelhante

meu igual

minha costela

minha amizade

minha génese

meu amor...

Lembro

O sol brilha

e lembro o teu sorriso

a lua mostra-se

e lembro o veludo da tua pele

uma flor mostra a sua beleza

e lembro o teu olhar

as ondas do mar acariciam a areia

e lembro o teu andar

os passaros esvoaçam alegres

e lembro o teu toque

uma folha brinca no ar

e lembro a tua alegria

uma idosa sorri ao passar

e lembro o teu carinho

...tudo me trás uma recordacão tua

só falta o vento que passa

te trazer até a mim

para que as lembranças que me consomem

ISSO QUE É AMOR

ISSO QUE É AMOR

Eu tenho um amor que, quando eu choro Ele diz:- Não chores! Tudo vai dar certo.

Eu tenho um amor que, quando não posso caminhar, Ele me apanha em seus braços e leva-me onde eu quero ir.

Eu tenho um amor que, quando estou doente Ele sendo Médico, passa o remédio certo para mim.

Eu tenho um amor que, quando eu acordo, o pão já está na mesa, o café está pronto é só eu me deliciar a cada manhã.

Eu tenho um amor que, quando eu partir, irá comigo até a eternidade.

Eu tenho esse amor!

O Seu Nome é Jesus.

A MENINA

A MENINA…

Conhecia-a com uns mesitos de vida. Antes, alguns anos antes, conheci os pais, unia-nos uma forte amizade. O Pai era um beirão, oriundo das gentes destemidas da rama do castanheiro que enfrentaram há mais de um século os senhores feudais da Casa Garrett. A Mãe, com antepassados bascos e raízes ribatejanas, gentes temerárias na arte de pegar o touro pelos cornos. A Menina, fruto deste amor beirão e ribatejano, não chegou a conhecer o Pai, um brilhante jovem médico que perdeu a vida numa dessas estradas nacionais.

Lucas

O meu sobrinho nasceu hoje,
Ou há um ano e meio, não importa lá muito,
O que importa é o sol que nasce neste oceano,
Aquilo que ouvimos dizer,
Porque o Lucas é o Lucas, é o Lucas e é o Lucas, tomem lá!
Estão a ouvir?
Eu ouço todos os dias a bater do “tic tac coração”.
 
Talvez seja hora de fazer a barba,
À parte disso vais fazendo a tua enquanto eu alugo o jato privado para ir ver o recital,
Concordas, caro sobrinho?
Se sim vota Lucas,

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